Parceria quer levar alimentação saudável a mais de 6 milhões de alunos de escolas particulares

04/04/2012 - 13h32

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Uma parceria entre o governo federal e a Federação Nacional das Escolas Particulares busca levar às cantinas de colégios privados em todo o país orientações para uma alimentação mais saudável dos alunos.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o acordo deve beneficiar mais de 6,7 milhões de estudantes do ensino médio e fundamental. A partir de hoje (4), as escolas vão receber uma espécie de manual, denominado Cantinas Escolares Saudáveis, promovendo a alimentação saudável.

“Uma parte dos hábitos alimentares é construída na família, em casa, mas uma parte desses hábitos é construída dentro da escola. Combinar essas duas ações, esses dois espaços, é decisivo para reduzirmos a obesidade e o excesso de peso entre crianças e adolescentes”, disse o ministro.

Dados da pasta indicam que 30% das crianças com idade entre 5 e 9 anos, por exemplo, estão acima do peso. Entre os adolescentes, o índice chega a 21%. Desenvolver hábitos alimentares saudáveis nessas faixas etárias, segundo Padilha, é uma medida importante na tentativa de prevenir uma geração futura de adultos obesos.

A presidenta da Federação Nacional das Escolas Particulares, Amábile Pacios, informou que 40 mil instituições privadas de ensino devem participar da parceria. A expectativa é que pelo menos a metade delas inicie as ações nos próximos meses.

“É muito inteligente começar essa prevenção contra a obesidade pelos mais jovens. Eles estão na escola para aprender”, disse. “Se a criança incorpora uma alimentação saudável no seu dia a dia, isso vai acompanhá-la até a fase adulta e onde ela estiver – shoppings, estádios, festas”, completou.

Ela lembrou que uma alimentação ruim oferecida pela escola pode ter reflexos no aprendizado dos estudantes, devido ao cansaço, à falta de estímulo em razão de uma digestão lenta, e a uma disposição menor para participar das atividades.

Para Amábile, será preciso implementar também ações de reeducação voltadas para gestores e funcionários que trabalham com as cantinas escolares. “A vertente do projeto não é punitiva nem restritiva, é educativa. É nisso que acreditamos – em criar um quadro de valores em que a criança possa fazer as suas opções.”

Edição: Juliana Andrade