Sem-teto e governo assinam acordo para tentar resolver situação de duas ocupações na Grande São Paulo

02/04/2012 - 21h27

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Após duas horas e meia de reunião, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o governo do estado de São Paulo assinaram hoje (2) um acordo para tentar resolver a situação das famílias sem teto de dois acampamentos na Grande São Paulo. Participaram da reunião o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, o presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Antonio Carlos do Amaral Filho, e um dos líderes do MTST, Guilherme Boulos.

Com o acordo, o governo se compromete a buscar uma solução negociada e evitar o despejo das 1,2 mil famílias, segundo estimativa do MTST, que estão em uma área particular em Santo André. O documento assinado prevê ainda a elaboração de um protocolo de intenções com a Caixa Econômica Federal para que essas famílias possam ser incluídas no Programa Minha Casa, Minha Vida, com complementação de recursos pelo governo estadual.

Hoje, os sem-teto saíram em passeata pela Avenida Francisco Morato e se concentraram em frente ao Estádio do Morumbi, zona oeste paulistana. Eles reivindicavam uma solução para o problema da falta de moradia em São Paulo. Os manifestantes, em sua maioria, eram sem-teto de um acampamento em Embu das Artes e em Santo André, na região metropolitana.

Em Embu, a CDHU se comprometeu a tentar resolver a disputa jurídica que impede que o terreno da companhia seja usado para construção de moradias. Uma liminar, em favor de um grupo ambientalista, pede que a área seja preservada. O MTST aponta como solução que as famílias que vivem no local ocupem um terço dos 450 mil metros quadrados do terreno e o restante da área tenha a vegetação preservada.

“No caso das duas ocupações que vieram aqui hoje, o governo vai buscar uma solução negociada, evitando o despejo, concedendo soluções provisórias para as famílias”, disse Guilherme Boulos.

O resultado da reunião foi comemorado pelos manifestantes. “Parece que, pelo menos, vou ganhar o meu barraquinho”, declarou Carmelita de Araújo, de 65 anos, que vive com a filha e a neta no acampamento de Santo André.

 

Edição: Aécio Amado