Total de endividados em São Paulo é o maior dos últimos 12 meses, aponta Fecomercio-SP

30/03/2012 - 13h23

Da Agência Brasil

São Paulo - O total de endividados na cidade de São Paulo é o maior desde março de 2011, revela pesquisa feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Segundo o levantamento divulgado hoje (30), 52,2% dos paulistanos se declararam endividados em março, o que equivale a 1,87 milhão de famílias. O número é o 9,4 pontos percentuais maior do que o registrado em fevereiro, mas ainda está 0,6 ponto percentual abaixo do registrado no mesmo mês do ano anterior.

De acordo com a Fecomercio-SP, o aumento do número de endividadas se deve a refinanciamentos das dívidas assumidas no começo do ano, com matrícula e material escolar e tributos como o Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU), além do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). O incremento no total de endividados também foi impactado pelos crescentes gastos com turismo, viagens, hotéis e aluguel de carro.

A pesquisa também registrou elevação no total de famílias com conta em atraso, que era 12,1% em fevereiro e atingiu 18,5% em março. O número de famílias inadimplentes, aquelas que dizem não ter condições de pagar total ou parcialmente suas dívidas, saltou de 3,9% para 4,8%.

Neste mês, 28,7% dos paulistanos declararam estar comprometidos com dívidas por mais de um ano, 25,9%, por um período de três a seis meses, e 20,7%, por menos de três meses. A parcela da população que comprometeu entre 11% e 50% de sua renda mensal é 47,1%. Segundo o levantamento, 22% comprometeram menos de 10% e 26,3%, mais de 50%.

Entre os consumidores que não estão com as contas em dia, 42,3% têm atrasos há mais de 90 dias. Além disso, 20,6% têm contas atrasadas por até 30 dias e 36,1%, entre 30 e 90 dias.

O principal meio utilizado para fazer essas dívidas continua sendo o cartão de crédito; 67,5% dos paulistanos têm alguma dívida devido às compras pagas dessa maneira. A participação dos carnês subiu de 18,6% para 28,2%. Essa alta, de acordo com os economistas da Fecomercio-SP, deve-se às megaliquidações feitas por lojas de departamentos que usam carnês para possibilitar financiamentos e oferecer mais prazo do que aquele disponível para os clientes que optam por parcelar suas compras no cartão de crédito. Já a participação do crédito pessoal, terceira forma mais comum de endividamento, saltou de 14,2% para 19,8%.

Edição: Juliana Andrade