Seminário internacional vai definir agenda da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20

17/03/2012 - 13h12

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A partir de amanhã (18), cerca de 20 lideranças internacionais participarão de nova rodada de debates com o Comitê Facilitador Brasileiro da Sociedade Civil para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A conferência ocorrerá no Rio de Janeiro entre os dias 20 e 22 de junho. A Cúpula dos Povos será realizada paralelamente à conferência oficial, no período de 15 a 23 do mesmo mês.

Segundo Moema Miranda, membro do Comitê Facilitador nacional, o objetivo do seminário é finalizar o desenho da agenda da Cúpula dos Povos. “Como a Cúpula dos Povos é uma articulação internacional, esse desenho tem que ser construído junto com os nossos parceiros internacionais também, de forma que essa dinâmica possa respeitar as diferenças e especificidades das várias partes do mundo”, ressaltou Moema.

A ideia é que a Cúpula dos Povos seja um espaço de diálogo da sociedade civil, tendo em vista que as lutas por alternativas ocorrem no mundo inteiro, completou. Moema revelou que muitos países têm seus comitês da sociedade civil. Por isso, é preciso ter um tipo de organização e de metodologia que seja compatível com essa diversidade.

Serão definidos os momentos de convergência das diversas instituições da sociedade civil, as assembleias, as atividades organizadas por cada participante, além de um intercâmbio mais abrangente com a sociedade e as mobilizações que terão continuidade após a Rio+20, em um diálogo comum.

O seminário internacional se estenderá até a próxima segunda-feira (19), quando deverá ser concedida uma entrevista coletiva à imprensa para divulgação das conclusões do encontro.

O Comitê Facilitador chegou a um acordo com a prefeitura em relação à acomodação dos grupos organizados nacionais e estrangeiros que virão ao país para a Cúpula dos Povos. Eles ficarão no entorno do Aterro do Flamengo, ocupando prédios públicos, como escolas. “O aterro é da Cúpula dos Povos e não haverá organizações empresariais fazendo atividades lá”, destacou Moema. No mesmo parque, ocorrerão as diversas atividades da sociedade civil, cuja programação está sendo definida.

Até a próxima quarta-feira (21), a prefeitura deverá fazer o levantamento dos espaços municipais situados no entorno do Aterro do Flamengo que poderão alojar os participantes da Cúpula dos Povos. O Comitê Facilitador espera formalizar o acordo com a prefeitura nesta data. O local indicado anteriormente para os acampamentos, que é a Quinta da Boa Vista, localizado no bairro de São Cristóvão, na zona norte da cidade, não está totalmente descartado, segundo Moema. Os grupos que preferirem poderão acampar ali, onde ocorrerão também atividades eventuais da Cúpula dos Povos. O Complexo do Alemão é outro local onde haverá eventos relacionados à Cúpula dos Povos.

Por parte do comitê, foi dada a garantia à prefeitura carioca de integridade dos territórios que serão ocupados durante a Cúpula dos Povos. “A gente vai acomodar de forma responsável e qualificada as pessoas nesses espaços, porque quem está vindo faz parte de grupos organizados da sociedade civil, que são capazes de se responsabilizar pela preservação do patrimônio público".

O uso das escolas para acampamentos de organizações da sociedade civil foi adotado com sucesso em Belém (PA), informou Moema. “A gente cria uma dinâmica entre as organizações e a comunidade escolar, que se integram. É uma oportunidade de educação, do ponto de vista cívico, importante”. A comunidade escolar do Rio de Janeiro também está sendo convidada a participar da Cúpula dos Povos.

Edição: Juliana Andrade