Governo ainda tem munição para forçar a queda do spread bancário, diz Tombini

28/02/2012 - 15h32

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A redução do spread bancário, diferença entre taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes que levantam empréstimos, continua sendo prioridade do governo, segundo o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, em audiência pública no Senado, hoje (28). Essa é, segundo ele, uma determinação da presidenta Dilma Rousseff. O presidente da autoridade monetária garantiu aos senadores que o governo não está de “mãos vazias” quando o assunto é reduzir spread no país.

De acordo com Tombini, medidas do governo têm ajudado a reduzir essa diferença entre o custo de captação e as taxas de juros oferecidas aos clientes que pegam dinheiro emprestado. Ele citou a aprovação do cadastro positivo, que contribui para melhorar a qualidade das informações sobre os bons clientes bancários. Segundo Tombini, quanto mais informações sobre o cliente o banco tem, melhores são as avaliações do risco de inadimplência.

Outra medida citada por Tombini é a redução do limite das operações de crédito registradas no Sistema de Informações de Crédito (SCR) do BC. A partir de 30 de abril, o SCR identificará os clientes com operações totais acima de R$ 1 mil por instituição financeira. Atualmente, essas informações são fornecidas para operações acima de R$ 5 mil. De acordo com Tombini, essa medida também melhora a qualidade da informação para o BC e para as instituições financeiras.

Tombini também destacou a criação da Central de Cessões de Crédito (C3), sistema operado pela Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), que registra as compras e vendas de carteiras de crédito entre bancos. Segundo Tombini, a medida ajuda a aumentar a competição no sistema financeiro e, por consequência, impacta na redução do spread. Aliada à criação da C3, Tombini lembrou que também há medidas para estimular a compra de carteiras de crédito de instituições pequenas por bancos maiores que também tem o efeito de aumentar a competição no sistema financeiro.

Edição: Vinicius Doria