Presidente da Bunge diz que Dilma está preocupada com produção de cana no país

23/02/2012 - 17h50

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Bunge no Brasil, Pedro Parente, esteve hoje (23) no Palácio do Planalto para conversar com a presidenta Dilma Rousseff sobre investimentos da gigante multinacional no país e disse que a presidenta está preocupada com a produção de cana-de-açúcar, que registrou queda na última safra.

“A presidenta tem uma visão da relevância estratégica desse setor muito grande. E essa relevância é maior ainda por se tratar de um setor que responde por uma parte importante do fornecimento de combustível, de energia no país. Não é só mais uma questão de produção de um produto agrícola, mas também um componente importante da matriz energética”, disse Parente.

O executivo apresentou a Dilma o andamento do investimento de US$ 2,5 bilhões em cana-de-açúcar e bionergia no país, anunciado em agosto de 2011 pelo presidente mundial do grupo, Alberto Weisser. Segundo Parente, US$ 400 milhões já começaram a ser executados, metade na Usina Moema, no interior de São Paulo, e metade no plantio de cana nas oito usinas da Bunge no Brasil, em Minas Gerais, no Tocantins, em Mato Grosso do Sul e São Paulo. “É um tema que a presidenta demonstrou uma preocupação grande, de que a gente possa recuperar a capacidade de produção de cana no país”.

Parente também anunciou mais R$ 1 bilhão para investimentos da Bunge no Brasil, que deverão financiar projetos ligados à produção de óleo de palma. “Nosso conselho autorizou esses novos investimentos. Isso mostra a confiança que a Bunge tem no setor agroindustrial brasileiro. O país tem uma tremenda oportunidade de atender uma demanda que será crescente e isso para nós será só oportunidade”.

Além de matéria prima para biocombustível, a palma pode ser utilizada na produção de gorduras mais saudáveis, margarinas e na indústria de cosméticos, segundo o executivo. “O óleo de palma é um dos óleos que tiveram maior aumento de consumo nos últimos anos. E o país é um importador de óleo de palma, tem pouca produção nacional”.

O novo aporte não tem prazo para ser aplicado, e dependerá das oportunidades de investimentos que a empresa encontrar, segundo o executivo. Parente teve uma passagem pelo governo, quando foi ministro-chefe da Casa Civil e ministro do Planejamento do governo de Fernando Henrique Cardoso.
 

Edição: Rivadavia Severo