Companhia Barrica celebra miscigenação no carnaval maranhense

20/02/2012 - 12h35

Morillo Carvalho
Enviado especial da EBC

São Luís - Quando se fala em cultura popular do Maranhão é inevitável a lembrança do bumba meu boi, uma tradição vinculada aos festejos juninos. Mas, apesar de o boi não tem qualquer relação com o carnaval de São Luís, a Companhia Barrica se apresenta todos os dias de folia e também é uma das representantes do bumba meu boi na cidade em junho.

A Barrica também representou a cidade em uma ala da escola de samba carioca Beija-Flor de Nilópolis, que desfilou nesta madrugada, na Avenida Marquês de Sapucaí. As fantasias foram confeccionadas na própria sede, na rua Madredeus – o mais tradicional reduto de artistas de São Luís.

A parte carnavalesca da companhia é o grupo Bicho-Terra, que esse ano leva às ruas o tema A Peleja E A Folia Dos Maranhanguaras. A proposta é celebrar o encontro das etnias que formam o povo maranhense – e brasileiro – para comemorar os 400 anos de São Luís.

Os foliões recebem o manifesto do carnaval do Bicho-Terra, que diz: “Chamamo-nos Maranhanguaras! Habitantes de um paraíso de encantarias, encravado em um fabuloso golfão do mar tenebroso, logo ali, abaixo da linha do Equador, nas terras do Novo Mundo, cercado por boqueirões, mães d'água, princesas encantadas, palácios submersos, navios incandescentes...”.

José Pereira Godão, coordenador-geral da Companhia Barrica, diz que a ideia é recontar a história de São Luís "com sua garra e peleja", sob a ótica do povo. “É uma ilha extremamente denominada: pelos franceses é França Equinocial. Também chamada de Atenas brasileira, Jamaica, Ilha do Amor, Ilha Rebelde... Estamos aqui para contar a trajetória desse povo tupi-afro-europeu”, brinca.

O braço carnavalesco da companhia Barrica existe desde 1990, enquanto o boi junino surgiu em 1985. A companhia tem 15 discos gravados e já se apresentou em todo o país e na Europa.

 

Edição: Andréa Quintiere