CRM-DF diz que só vai suspender interdição em UPA de Samambaia se governo tomar “medidas concretas”

17/02/2012 - 11h56

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil


Brasília – O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) informou, por meio de nota, que a interdição ética da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Samambaia será mantida até que a Secretaria de Saúde do DF tome as medidas necessárias para o cumprimento da obrigação de oferecer um serviço de saúde adequado às necessidades da população.

“Agindo em interesse da comunidade, dentro da conduta estabelecida pelo Código de Ética Médica e da lei, o conselho suspenderá a interdição assim que a Secretaria de Saúde do DF tomar medidas concretas para corrigir os problemas da UPA”, ressaltou o comunicado.

O CRM-DF reforçou que a interdição ética aplicada na UPA de Samambaia na última segunda-feira (13) foi motivada pela falta de condições mínimas para o exercício da medicina no local. O órgão ressaltou ainda que a decisão não significa o fechamento da unidade.

“O governo do Distrito Federal é quem determina se a UPA fica ou não aberta. Os médicos ficam impedidos de dar expediente na UPA até o GDF proporcionar as condições mínimas para que eles possam dar atendimento de saúde digno e seguro à população”.

Também por meio de nota, a Secretaria de Saúde do DF informou que o pronto-socorro pediátrico do Hospital Regional de Samambaia foi reaberto em razão da adesão de profissionais da UPA à interdição ética.

Outra medida anunciada pelo governo local trata da recomposição do quadro médico da UPA por meio de contratação emergencial de profissionais.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do DF informou que não há previsão para a retomada do atendimento na UPA, mas que o resultado do concurso para contratação temporária de médicos deve ser publicado hoje (17). A expectativa do governo é que, “talvez no início de março”, os profissionais comecem a ser distribuídos nos locais onde há maior urgência.

A equipe de reportagem da Agência Brasil esteve na UPA de Samambaia na última quarta-feira (15) e constatou que apenas um médico permanecia no local, mas atendia apenas casos de urgência e emergência, quando há risco de vida. Segundo funcionários da unidade, o quadro de plantonistas, normalmente, conta com dois profissionais de cada especialidade – clínica médica e pediatria.

 

 

Edição: Lílian Beraldo