Acesso a pertences dos prédios que desabaram só quando terminar buscas por desaparecidos

06/02/2012 - 17h18

Da Agência Brasil
 

Rio de Janeiro – Os parentes das vítimas e pessoas que tinham escritórios e pequenos negócios nos três prédios que desabaram no centro do Rio só terão acesso aos pertences depois que terminar o trabalho de buscas aos desaparecidos, informou hoje (6) o Corpo de Bombeiros, por meio de sua assessoria de imprensa.

Grande parte dos entulhos está depositada em um terreno da Companhia de Municipal Limpeza Urbana (Comlubr), na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias. De acordo com a Polícia Civil, partes de corpos resgatadas dos escombros foram encaminhadas para o Instituto Médico-Legal (IML) para a identificação. Até agora 16 corpos foram identificados.

O advogado e presidente da Associação das Vítimas da Avenida Treze de Maio, organização não governamental (ONG) criada para dar suporte às vítimas do desabamento, Otávio Blatter, que tinha um escritório de advocacia no 13ª andar do Edifício Liberdade, o primeiro a desabar, explicou que a maior preocupação é quanto aos pertences que ainda não foram localizados.

Ele acredita que alguns objetos misturados aos entulhos ainda possam estar intactos. " Toda a nossa memória, no nosso caso pessoal de 32 anos, está no meio dos escombros. Não há como imaginar que os livros tenham sido moídos, porque não é o que se vê, inclusive fisicamente, ao examinar o entulho que está depositado no local de triagem da prefeitura", disse.

Segundo Blatter, um representante da ONG está no local acompanhando os trabalhos e auxiliando na seleção dos objetos encontrados pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil. A prefeitura que está contratando uma empresa especializada para fazer a separação de todo o escombro levado para o depósito da Comlurb.

De acordo com o advogado, cerca de 80 empresas que funcionavam nos três prédios que desabaram, e aproximadamente 500 pessoas que trabalhavam no local, estão sem poder trabalhar em função da tragédia. "Estão todos perplexos. A grande maioria ainda está sem localização, com seus negócios completamente paralisados e na expectativa de que tenham um apoio financeiro necessário para que recomecem imediatamente suas atividades", disse.

 

Edição: Aécio Amado