Blocos animam vários bairros do Rio, antecipando o carnaval de rua da cidade

04/02/2012 - 15h33

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
 

Rio de Janeiro - A duas semanas do Carnaval, em um sábado de muito sol e temperatura em torno dos 34 graus Celsius, desfiles de vários blocos antecipam a folia em vários pontos do Rio de Janeiro. Pela manhã, cerca de 2 mil pessoas acompanharam o bloco Desliga da Justiça, que desfilou no bairro da Gávea, na zona sul da cidade. Perto dali, o Spanta Neném arrasta desde as 11h um número estimado em 10 mil foliões, com seu desfile em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Nesta tarde, começam a se concentrar no Mercadinho São José, em Laranjeiras, também na zona sul, os foliões do Imprensa que eu Gamo, o tradicional bloco dos jornalistas cariocas. Surgido em 1995, como uma brincadeira dos jornalistas cansados de cobertura pesada de tragédias e outras mazelas da cidade, o Imprensa Que Eu Gamo atrai hoje pessoas de todas as profissões.

O bloco será o primeiro entre os integrantes da Sebastiana, como é chamada a Associação Independente dos Blocos da Zona Sul, Santa Teresa e Centro, a desfilar neste carnaval. Moradora da Rua Gago Coutinho, a jornalista Cláudia Carneiro tem desta vez um duplo motivo para brincar no bloco que costuma acompanhar todos os anos. “Este ano ele desfila no dia do meu aniversário. Para mim, é uma dupla comemoração.”

Ainda neste sábado, outro integrante da Sebastiana, o Carmelitas, do bairro de Santa Teresa, faz seu segundo ensaio na Praça Tiradentes, no centro da cidade. O primeiro desfile do Carmelitas será na sexta-feira (17), na véspera do sábado de carnaval.

A partir das 16h, quando começa a se concentrar, a Banda de Ipanema deverá reunir o maior número de foliões – em torno de 50 mil – em seu tradicional desfile pré-carnavalesco. O desfile, o primeiro dos três que a banda faz todos os anos (os outros são no sábado e na terça-feira de carnaval) só deverá começar por volta das 17h30.

Considerada a maior expressão do renascimento do carnaval de rua do Rio, a partir da últimas décadas do século passado, a banda foi fundada em 1965 por um grupo de boêmios e intelectuais de Ipanema. Em uma crítica irreverente à censura da ditadura militar, adotou como lema a enigmática expressão yolhesman crisbeles, tirada de um folheto de pregação distribuído por um evangélico.

Famosa por seu repertório que revive antigas marchinhas carnavalescas, a Banda de Ipanema reúne moradores do bairro, cariocas de todos os lugares, turistas, gays, transexuais e travestis, artistas, pessoas famosas e anônimas, fantasiadas ou não. Pela quantidade de foliões, os desfiles da banda obrigam a prefeitura do Rio a alterar o trânsito, a partir das 16h, em várias ruas do bairro de Ipanema.

Edição: Juliana Andrade