Renda da população do DF sobe mais que a do país em oito anos

19/01/2012 - 10h06

Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Enquanto a média da renda per capita brasileira subiu 23,5% entre 2001 e 2009, no Distrito Federal esse aumento foi de 41%. A informação faz parte da pesquisa Situação Social nos Estados, que teve o Distrito Federal como campo de estudo para inaugurar uma série produzida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cujos resultados foram divulgados hoje (19) em Brasília.

De acordo com a pesquisa, a renda domiciliar per capita no Brasil era de R$ 511,50 em 2001 e subiu para R$ 631,70, em 2009, um aumento real de 23,5% no período. Já o indicador da Região Centro-Oeste passou de R$ 560,50 para R$ 756,50 (aumento real de 35%). No Distrito Federal, o indicador era de R$ 939,80, em 2001, elevando-se para R$ 1.326,20, em 2009, ou seja, um incremento de 41,1%.

Para captar o poder aquisitivo da população, o estudo utilizou o indicador de renda domiciliar per capita, pois ele contempla todas as fontes de renda que uma família pode ter, dividido pela quantidade de componentes da casa. Mas a pesquisa também constatou que, no Distrito Federal, as desigualdades de renda aumentaram ao longo da década. A renda domiciliar per capita da zona rural teve crescimento de 13,3%, bastante inferior à observada na urbana (43,1%), passando de R$ 487,10 em 2001 para R$ 552,80 em 2009.

Sob o ponto de vista da pobreza extrema – ou seja, daqueles cuja renda per capita é inferior a R$ 67,07, por mês, em setembro de 2009 e para os anos anteriores deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) –, o Distrito Federal apresenta tendência de queda e, em comparação com o Brasil, demonstra também uma clara situação de vantagem.

Os índices nacionais indicam que, em 2001, 10,5% da população vivia em situação de extrema pobreza – taxa que caiu para 5,2% em 2009. Já no DF, em 2001, 5,3% da população vivia em pobreza extrema, proporção que diminuiu para 2% em 2009, revela o Ipea. Comparativamente ao ocorrido na Região Centro-Oeste, essa trajetória também foi melhor. No mesmo período, a pobreza extrema na região passou de 6,6% para 2,9%.

A pesquisa afirma ainda que, no setor rural, os indicadores de pobreza extrema do Distrito Federal (10% em 2001 e 1,92% em 2009) delineiam trajetória de queda, chegando, ao fim do período, a igualar-se com índices urbanos. Isso, segundo o Ipea, é consequência das “transferências governamentais para mitigar a miséria no campo e para minimizar as discrepâncias entre as condições de vida das populações pobres, nas zonas rurais e urbanas”.

 

Edição: Lílian Beraldo