No último dia de preparativos da viagem de Dilma a Cuba, Patriota visita o Porto de Mariel

17/01/2012 - 14h02

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, visitou hoje (17) o Porto de Mariel, em Cuba, que conta com o apoio do governo e de empresas brasileiras para transformar toda a área em zona de desenvolvimento integral. A ideia é construir, por exemplo, uma fábrica de vidro. As obras do porto também recebem aporte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O Porto de Mariel é lembrando pelos cubanos como o local de onde partiram vários grupos de imigrantes do país rumo aos Estados Unidos, nos anos de 1980. Há dois anos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no local para visitar as obras. Com essas obras, os especialistas cubanos estimam que será possível receber um maior número de embarcações de grandes dimensões.

Patriota conclui hoje sua visita de dois dias a Havana preparando a viagem da presidenta Dilma Rousseff a Cuba no próximo dia 31. Na segunda-feira (16), o chanceler se reuniu com o vice-presidente do Conselho de Ministros de Cuba, Marino Murillo Jorge, que é o encarregado pelo governo para promover uma reforma estrutural na economia.

Há cerca de dois anos, o presidente de Cuba, Raúl Castro, decidiu abrir a economia para evitar o agravamento da crise interna causada pelo embargo econômico imposto pelos norte-americanos desde 1962.

Diplomatas que acompanharam a conversa de Patriota com Jorge informaram que o vice-presidente cubano disse que os 500 mil funcionários públicos que aderirem ao programa de demissão voluntário no país terão suporte do governo. A ideia é incentivar que atuem em atividades ligadas ao turismo, como gastronomia.

Jorge também fez projeções de longo prazo, indicando a modernização da economia cubana e sobre o futuro do país. Ele informou os planos do governo em relação a vários setores da economia de Cuba.

No período de 2006 a 2010, as relações comerciais entre Brasil e Cuba registraram crescimento de 30%, segundo o Itamaraty. O salto foi de US$ 376 milhões, em 2006, para US$ 488 milhões, em 2010. A mesma tendência se repetiu no ano passado, registrando um total de US$ 570 milhões - no período de janeiro a novembro de 2011.

Edição: Fernando Fraga