Capitão fez desvio de rota não autorizado, diz presidente da companhia de cruzeiros

16/01/2012 - 12h35

Roberta Lopes *
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Conselho de Administração da companhia proprietária do navio Costa Concórdia, Pier Luigi Foschi, disse hoje (16) que o capitão da embarcação fez um desvio de rota não autorizado, o que provocou o naufrágio. A embarcação tombou parcialmente na última sexta-feira (13), depois de bater em um rochedo na região italiana da Toscana. Seis pessoas morreram e 14 ainda estão desaparecidas. Cerca de 60 brasileiros estavam a bordo do navio, todos sobreviveram.

O capitão, Francesco Schettino, foi detido pelas autoridades e sua atuação está sendo investigada. Foschi disse que a empresa vai dar ao capitão toda a assistência legal necessária, mas que a companhia “se dissocia” do seu comportamento.

Schettino é acusado por várias testemunhas de ter se aproximado demais da costa, o que fez com que o navio batesse em rochas. Um buraco foi aberto no casco do cruzeiro.

Segundo o presidente, as embarcações da Costa Crociere têm as suas rotas programadas e há um sistema de alarmes que dispara quando se registram desvios. “Esta rota foi estabelecida corretamente. O fato de o navio ter se afastado da rota deve-se a uma manobra do comandante que não foi aprovada, autorizada ou do conhecimento da Costa Crociere.”

Foschi repetiu que o navio passou por todos os testes técnicos e de segurança na avaliação que foi feita em 2010. Ele acrescentou que a principal preocupação da companhia agora é a segurança e o bem-estar dos passageiros e da tripulação, assim como as medidas que permitam evitar o vazamento de combustível do navio para as águas próximas à Ilha de Giglio.

Até ao momento, não há sinais de que o combustível tenha vazado, mas as autoridades estão em alerta. Hoje, as buscas por desaparecidos foram interrompidas temporariamente por causa do mar agitado, que provocou um deslocamento do navio. Mais de 4,2 mil pessoas estavam a bordo da embarcação.

*Com informações da Agência Lusa    //   Edição: Lílian Beraldo