Observadores da Liga Árabe confirmam violações aos direitos humanos na Síria

28/12/2011 - 12h18

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil


Brasília – A missão da Liga Árabe confirmou hoje (28), durante visita à Síria, que houve violações dos direitos humanos em Homs, no Centro do país, região que resiste de maneira intensa ao governo do presidente sírio, Bashar Al Assad. Porém, os observadores disseram que não têm condições de avaliar se as violações foram cometidas por autoridades ou outros segmentos da sociedade.

Desde ontem (27) os observadores estão em Homs onde permanecerão hoje. De acordo com integrantes da missão da Liga Árabe, foram vistos vários corpos e prédios com marcas de balas. Os observadores preparam um relatório sobre o que estão avaliando na Síria.

Integrantes da oposição se dizem insatisfeitos com o comportamento dos observadores porque eles não deram atenção à manifestação, que reuniu cerca de 70 mil moradores de Homs. Organizações não governamentais informaram que, pelo menos, 17 pessoas morreram ontem na cidade onde as forças de segurança dispersaram os manifestantes com gás lacrimogêneo.

“Achamos que essa missão coopera com as autoridades e que a Liga Árabe dá cobertura ao regime sírio, porque ontem [27] foram registrados abusos e não houve reação”, disse Sherin Qabani, um dos líderes da oposição.

Os observadores em Homs integram uma equipe de 50 pessoas que se subdividiu em grupos para visitar várias províncias da Síria. Segundo a Liga Árabe, 12 observadores visitaram Homs. Desde meados de março, quando começaram os protestos contra o governo Assad, pelo menos 4 mil pessoas morreram, de acordo com as Nações Unidas.

A emissora oficial de televisão da Síria informou que 755 pessoas que estavam detidas por razões políticas foram libertadas. A libertação de detidos é uma das medidas previstas no plano árabe de resolução da crise na Síria, aprovado em novembro pelo presidente Assad. Em novembro, as autoridades sírias anunciaram a libertação de 4,3 mil detidos envolvidos nos protestos.

 


*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa   //   Edição: Lílian Beraldo