São Paulo, Rio de Janeiro e Belém concentravam maior parte de assentamentos irregulares em 2010

21/12/2011 - 11h09

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Quase nove em cada dez (88,2%) domicílios de assentamentos irregulares em todo o país estavam em regiões metropolitanas com mais de um milhão de habitantes. Além disso, apenas as 20 regiões metropolitanas com maior número de residências localizadas nessas comunidades concentravam 88,6% dessas unidades habitacionais, sendo as de São Paulo, Rio de Janeiro e Belém, somadas, responsáveis por quase metade (43,7%) do total do país. Em geral, o município-núcleo concentra a maior parte desses domicílios.

Os dados fazem parte do levantamento Aglomerados Subnormais – Primeiros Resultados, baseado em informações do Censo Demográfico 2010, divulgado hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para Cláudio Stenner, gerente de Regionalização do IBGE, esse fenômeno é explicado pela capacidade de atração de grandes fluxos populacionais dessas áreas.

“Ainda que essa capacidade tenha diminuído nas últimas décadas, as regiões metropolitanas ainda são locais onde o acesso ao solo urbano a um preço acessível é mais difícil, que apresentam problemas de transporte público e têm mais oportunidades de trabalho”, disse.

Segundo ele, a lógica geral de ocupação dessas comunidades é a mesma, o que as diferencia é onde elas se localizam em cada cidade. No Rio de Janeiro, por exemplo, ele lembrou que as favelas ocupam predominantemente as encostas, “que foram preteridas pela ocupação regular e estão próximas a regiões de trabalho”. Em São Paulo, a maioria das favelas está em pequenas áreas entremeadas à parte urbana. Já em Belém, uma das características principais dessas comunidades é a grande extensão das áreas ocupadas.

Stenner destacou que, além de se concentrar majoritariamente nas regiões metropolitanas, os aglomerados subnormais aparecem em regiões do interior, principalmente em áreas ribeirinhas do Amazonas, Pará, Amapá, que, “em geral, têm uma precariedade urbana mais evidente, com cidades menos estruturadas, o que acaba favorecendo o surgimento desse tipo de ocupação”.

De acordo com o levantamento, as maiores proporções de domicílios ocupados em aglomerados subnormais em relação ao total de domicílios ocupados da região metropolitana estavam em Belém (52,5%), em Salvador (25,7%), São Luís (23,9%) e Recife (22,4%).

Edição: Talita Cavalcante