Indústria e consumidor estão mais otimistas com os rumos da economia

25/11/2011 - 17h05

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro- Influenciada pela redução da taxa básica de juro, as expectativas dos empresários em relação à economia brasileira dão pequenos sinais de otimismo para os próximos meses. Depois de dez meses de queda, dados preliminares sinalizam que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) ficará estável em novembro.

De acordo com análises divulgada hoje (25), o índice deve ficar em 100,7 pontos, o menor desde agosto de 2009 (100,2) e 3,2 pontos abaixo da média histórica (103,9) da série, que começou em 2003. Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), que permite avaliar a situação dos dos estoques, ficou em 83,3%, um pouco menor que o de outubro (83,5%).

Segundo a FGV, o resultado do ICI reflete estabilidade dos indicadores. O Índice da Situação Atual, que mede a proporção de empresas que avaliam o cenário econômico de forma positiva, caiu 1,8% (para 100,2 pontos), enquanto o Índice de Expectativa, que avalia a percepção para a produção nos três meses seguintes, aumentou para 101,2 depois de marcar 100 pontos por duas vezes.

De acordo com o economista da FGV Aloisio Campelo , organizador da pesquisa, do ponto de vista da indústria, 2011 foi marcado pela competição com produtos importados, pelo cenário econômico internacional conturbado, pelo aumento da inflação e pelas altas taxas de juros.

No entanto, o economista atribuiu o aumento da melhor avaliação dos empresários no IE à redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, em agosto. Segundo ele, como todo cenário econômico se manteve estável nos últimos trimestres, o corte nos juros foi o único fator que pode ter influenciado a percepção dos empresários que, embora de forma "tímida", sinaliza para uma reação do setor industrial.

"Nessa virada de ano, a notícia que mais pode estar afetando [a avaliação do empresariado] é a taxa de juros. Com isso, os empresários provavelmente têm uma expectativa de melhora dos indicadores de crédito, de inadimplência e podem ter alguma recuperação por esse lado", avaliou o economista.

A expectativa de uma situação melhor com a queda da Selic também foi captada pelo Índice de Confiança do Consumidor (ICC). Segundo a responsável pela sondagem, Viviane Bittencourt, o índice subiu 3,3% entre outubro e novembro, com aumento dos dois indicadores que compõem a taxa. Além do juro, a especialista cita a queda da inflação e as expectativas de contratações para o fim de ano.

Edição: Vinicius Doria