Índios de Mato Grosso do Sul continuam sendo ameaçados por pistoleiros

21/11/2011 - 21h28

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A onda de ameças a grupos indígenas em Marto Grosso do Sul continua mesmo após o ataque a uma comunidade do município de Amambai na última sexta-feira (18). De acordo com uma índia Guarani-Kaiowá da Aldeia Taquara, no município de Júti, que pediu para não divulgar o nome por motivo de segurança, um grupo de pistoleiros ameaçou invadir a comunidade para matar o cacique Ládio Veron na madrugada de amanhã (22).

“Estou muito preocupada. Estou em outra aldeia com a minha mãe, mas consegui falar com o cacique. Ele disse que passaram vários carros grandes, um deles disse que volta à noite para tomar o acampamento. A nossa situação não está sendo fácil e a gente não sabe para quem pedir socorro”, disse a indígena à Agência Brasil por telefone.

Segundo ela, as ameaças estão cada vez mais fortes, pois existe uma lista das lideranças Guarani-Kaiowá que devem ser mortas por pistoleiros nos próximos dias. “Pedimos ajuda, mas tem uma chuva muito forte e ninguém entra lá [na aldeia] agora. Já liguei para a Polícia Federal, mas ela está dando proteção para outros seis líderes indígenas”.

Na última sexta-feira (18), cerca de 40 pistoleiros atacaram o Acampamento Tekoha Guaiviry, no município de Amambai. Os índios disseram que o cacique Nísio Gomes foi morto e três moradores do acampamento sequestrados. Os Guarani Kaiowá garantiram que não vão sair do local mesmo sob risco de novos ataques.

A Agência Brasil ligou para a Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, mas não conseguiu contato.

 

Edição: Aécio Amado