Choro ganha espaço cultural em Brasília

10/11/2011 - 21h15

Da Agência Brasil

Brasília- Três shows marcam, na noite de hoje (10), a inauguração do Espaço Cultural do Choro, em Brasília. Reco do Bandolim e o Grupo Choro Livre, considerado um dos conjuntos regionais mais antigos em atividade na capital federal, abrirão a festa, que, em seguida, terá a apresentação do músico baiano Armandinho Macedo.

O Espaço Cultural do Choro, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, ocupa mais de 2 mil metros quadrados de área construída no Setor de Divulgação Cultural, no Plano Piloto, ao lado do antigo Clube do Choro. Além de um café-concerto, que foi ampliado para 420 lugares, o espaço abrigará ainda a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabelo, com capacidade para mil alunos, e um futuro Centro de Memória e Referência do Choro, sob supervisão da Universidade de Brasília.

O responsável pelo projeto, Henrique Santos Lima, conhecido como Reco do Bandolim, veio para Brasília ainda pequeno para acompanhar o pai, na época deputado federal, e viu a necessidade de passar para as outras pessoas o amor pelo choro. Por isso, decidiu criar, além de um espaço cultural, uma escola que pudesse ensinar o choro. “ O choro é a nossa raiz cultural, não podemos deixar isso acabar, e a escola serve para manter essa renovação constante de bons músicos para ao choro, não foi fácil, eu falava com um e com outro para tentar mostrar meu projeto e conseguir algum apoio, foi com muita luta que consegui realizar este sonho”, disse.

O Clube do Choro é tombado pelo governo do Distrito Federal como "patrimônio imaterial de Brasília" e recebeu da Presidência da República a comenda da Ordem do Mérito Cultural, o clube funcionava até hoje em local provisório e em situação precária.

O choro ou chorinho, como é conhecido, é um gênero musical tipicamente brasileiro que nasceu no Rio de Janeiro, por volta de 1870, e tem origem em estilos musicais como a polca, o maxixe, o tango,o lundum e o samba. Ele veio para Brasília trazido pelo então presidente Juscelino Kubitschek. O violonista Dilermando Reis, autor da valsa Abismo de Rosas, era presença constante nas festas da Presidência.

Outro nome importante para o choro em Brasília é o do músico Jacob do Bandolim, que se apresentava nos saraus da capital. As apresentações ocorriam nas casas dos próprios chorões de Brasília e depois no vestiário do Centro de Convenções, para só mais tarde ter sua sede própria.

O Espaço Cultural do Choro está no Setor de Divulgação Cultural, Lote 3, próximo ao Centro de Convenções Ullysses Guimarães, em Brasília. As festividades em comemoração à inauguração do espaço se estenderão até o dia 17 de dezembro.

 

Edição: Aécio Amado