Governo de coalizão deverá ser criado na Grécia, sem a participação do atual primeiro-ministro

07/11/2011 - 6h48

Renata Giradi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Em meio a uma crise de credibilidade interna e externa, os líderes políticos da Grécia decidiram formar um governo de coalizão excluindo o atual primeiro-ministro, George Papandreou. O objetivo é criar condições para ratificar o pacote de ajuda da União Europeia ao país. Para especialistas, o acordo dá fôlego à Grécia, mas não resolve o problema da dívida.

O acordo foi anunciado pelo presidente da República, Karolos Papoulias, depois de se reunir com Papandreou e com o principal líder da oposição, Antonis Samaras. O presidente não informou quando a coalizão será efetivamente formada, mas Papandreou se encontrará hoje (7) com Samaras para decidir quem ocupará seu cargo.

Depois da escolha do novo primeiro-ministro, o presidente irá convidar todos os partidos para formar um novo governo de união, de acordo com o comunicado oficial. Há informações não confirmadas oficialmente de que o novo governo seja liderado pelo ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos.

No passado, Papandreou tentou formar uma coalizão, mas Samaras, do partido Nova Democracia, se recusava a seguir as negociações com seu rival no poder. Os dois também discordavam sobre a data para a próxima eleição, com Papandreou defendendo que o pleito ocorresse dentro de alguns meses e Samaras afirmando que a escolha deveria ser feita imediatamente.

A divisão no governo grego se intensificou depois de Papandreou convocar, de surpresa, um referendo sobre o acordo, que havia sido fechado na última semana. O acordo determina ajustes nas contas gregas, assim como a redução de 50% da dívida do país com os credores privados – resultado de uma longa negociação com os bancos.

Além disso, os países da zona do euro concordaram em conceder à Grécia um segundo pacote de ajuda no valor de 130 bilhões de euros, em troca da adoção de medidas de austeridade que incluiriam o corte de salários e a demissão de funcionários públicos. Analistas dizem que a zona do euro deve resolver rapidamente o problema da Grécia, para evitar que a crise se espalhe por outras economias vulneráveis, especialmente a Itália.

*Com informações da BBC Brasil

Edição: Talita Cavalcante