Greve no Porto de Itajaí já causou prejuízos de R$ 5 milhões, diz superintendente

01/11/2011 - 13h05

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Curitiba - A paralisação das operações no Porto de Itajaí, em Santa Catarina, devido à greve dos conferentes de carga, que completa cinco dias hoje (1º), já acarreta um prejuízo estimado em R$ 5 milhões à cadeia logística portuária do município, informou à Agência Brasil, o superintendente do terminal, Antonio Ayres dos Santos Júnior.

“Desde sexta-feira, sete navios deixaram de atracar, deixando de operar uma média de 3,5 mil contêineres. Isso é prejuízo para o despachante, o transportador, enfim, é um dinheiro que deixa de circular na economia local já que esses navios foram para outros portos.”

O complexo de Itajaí é o maior porto da Região Sul em termos de movimentação de contêineres e o segundo do Brasil. Os 54 conferentes de carga que trabalham no local reivindicam reajuste salarial de 7% para repor perdas com a inflação e vínculo empregatício com a APM Terminals, empresa arrendatária do Porto de Itajaí.

“No início pedimos 15% de reajuste, agora já concordamos com menos da metade, só para repor a inflação”, disse o presidente do Sindicato dos Conferentes do Porto de Itajaí, Laerte Miranda Filho, a APM quer contratar 24 trabalhadores pela CLT, deixando 30 desempregados, o sindicato não vai aceitar essa medida.

O superintendente do porto disse que foram feitas inúmeras tentativas de acordo, sem sucesso. “Como autoridade portuária não vamos nos furtar de exercer nossa missão, exigindo que ambas as partes cumpram rigorosamente as determinações legais”. O apelo, segundo ele, é para que se chegue logo a um acordo. Antonio Ayres dos Santos Júnior lembrou que a primeira proposta feita aos trabalhadores foi contratar 12 deles e fazer um rodízio com os demais. “A cada navio que atraca, a operadora busca o número de trabalhadores necessários para aquele serviço”, explicou.

De acordo com o superintendente, está marcada para a tarde de hoje uma reunião entre todas as partes envolvidas e o Ministério Público do Trabalho. “Os conferentes querem que a situação permaneça como está, mas com aumento de salários, e daqui a seis meses se discuta a contratação por vínculos, mas queremos que esse impasse seja resolvido bem antes, as regras já existem, inclusive para outras categorias que atuam no porto, é só chegar a um consenso”, destacou.

Edição: Juliana Andrade