Em Curitiba, candidata de 19 anos divide o tempo entre as provas do Enem e a amamentação da filha de 4 meses

23/10/2011 - 15h28

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

 

Curitiba – Na Escola Municipal Padre Durval Secchs, em Colombo, região metropolitana de Curitiba, a pequena Sofia, de quatro meses, monopolizava a atenção dos 730 estudantes que  chegavam  hoje (23) para realizar as  provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A coordenação local do exame  permitiu que a mãe, Idayane Marcondes, 19 anos, amamente a filha durante as provas. Enquanto Idayane faz as provas, a pequena Sofia fica no colo do pai, no corredor da escola.

“Eu me preparei muito para o Enem, apesar de ter que me  dividir entre estudos,  fraldas e mamadeiras. Fico mais tranquila para fazer as provas sabendo que ela está perto. Ontem demorei muito para responder as questões, que foram muito longas e tive que amamentar”, contou. Idayane quer utilizar a nota do Enem para o certificado de conclusão do ensino médio e depois para cursar direito.

Giseli Pereira , 43 anos, chegou ao local das provas poucos minutos após o portão ter fechado. Chorou, implorou, mas não conseguiu entrar. “Hoje não é meu dia, tive sérios problemas em casa e fiz de tudo para chegar até aqui. Eu não merecia isto, fui tão bem nas provas ontem”, argumentava aos prantos. Giseli também buscava o Enem como certificado de conclusão do ensino médio e para cursar psicologia.

Um dos seguranças da escola Nelson Antonio da Silva contou que ontem (22), todos conseguiram entrar no horário.” Quatro desceram do ônibus aqui em frente quando estávamos fechando o portão. Daí foi uma questão de bom-senso, permitimos que entrassem, mas estavam em cima do horário”, lembrou.

A redação foi apontada pela maioria dos alunos que chegava à Escola Municipal Padre Durval Secchs, como o “bicho-papão” de hoje. Dentre os entrevistados, ela foi mais citada que a prova de matemática. Giovanni  Fernandes, 21 anos, disse que leu muito sobre o uso de novas tecnologias e questões relacionadas ao homossexualismo. “Na matemática me garanto” disse o estudante  que quer cursar sistema de informação, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
 

 

Edição: Lílian Beraldo