Advogado de Orlando Silva diz que Ministério Público mudou forma de tratar denúncias contra autoridades

21/10/2011 - 20h05

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O advogado do ministro Orlando Silva, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse hoje (21) que o Ministério Público Federal (MPF) mudou a forma de tratar as denúncias contra autoridades no caso de seu cliente. Ao comentar o pedido de abertura de inquérito protocolado nesta tarde pelo MPF, Kakay reclamou que Orlando Silva não foi ouvido antes de a medida ser adotada.

“Eu entendo que o ideal neste caso seria ouvir antes. Não que a gente tenha preocupação com o inquérito, mas eu entendo que isso poderia evitar que uma acusação leviana se transformasse em inquérito. Agora espero que ele [o ministro Orlando Silva] seja suficientemente bem investigado”, disse Kakay.

O advogado fez referência ao caso do ex-ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que prestou informações ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, antes de o procurador decidir se pediria ou não abertura de inquérito para investigar o ministro. No final, Gurgel entendeu que não havia indícios de crime no aumento de patrimônio de Palocci.

Além de Orlando Silva, o pedido de abertura de inquérito também tem como investigado o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que ocupou o Ministério do Esporte entre 2003 e 2006. O inquérito foi distribuído à ministra Cármen Lúcia, que está em um evento em Salvador e ainda não analisou o pedido do MPF. O pedido tem 146 folhas.

O MPF disse que não vai comentar o teor do documento enviado ao STF, mas confirmou que Gurgel pediu a remessa de inquérito que está Superior Tribunal de Justiça (STJ). O procurador-geral investiga denúncias de que o ex-ministro recebeu propina de R$ 256 mil em 2007.
 

Edição: Rivadavia Severo