ONU e Vaticano pedem que governo líbio promova a paz e a democracia na região

20/10/2011 - 16h59

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A captura e morte de Muammar Khadafi, ex-presidente da Líbia, motivou reações da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Igreja Católica. Para ambos, o momento é de buscar a paz na região, encerrar o período de guerra e consolidar a democracia na região. O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertoni, apontado como o número dois da Igreja Católica, disse que todos devem rezar pela pacificação: "Temos de rezar para que se alcance a pacificação e a democracia na Líbia".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que a Líbia vive "uma transição histórica". E lembrou que é fundamental o abandono das armas e o esfoço da busca pela paz. "Está claro que este dia representa uma transição histórica na Líbia".

Ban Ki-moon lembrou que a ausência de Khadafi do poder é apenas o início de uma nova etapa política para a Líbia. "Vamos reconhecer, no entanto, que este é apenas o fim do começo. O caminho pela frente para a Líbia e seu povo será apologética e cheio de desafios”.

Segundo o secretário-geral, o Conselho Nacional de Transição (CNT) deve se preparar para organizar as eleições e consolidar as instituições da Líbia, como deseja a população. “Depois de tantos dias de revolução e conflito, isso deve ser traduzido em oportunidade para todos”.

Ban Ki-moon disse ainda que a Missão de Suporte na Líbia (UNSMIL), chefiada pelo representante especial do secretário-geral das Nações Unidas, Ian Martin, dará o suporte necessário para o CNT, para restaurar a segurança pública, promover as eleições e garantir a execução do plano para a transição.

Khadafi foi capturado e morto na manhã de hoje, nos arredores de sua cidade natal, Sirte. De acordo com relatos dos opositores, ele estava escondido em um buraco quando foi localizado. Capturado, o ex-líder tentou escapar quando foi atingido nas pernas e na cabeça. Segundo opositores, ele não resistiu e acabou morrendo.

A confirmação da morte ocorreu por meio do porta-voz oficial do Conselho Nacional de Transição (CNT), Abdel Hefez Ghoga. “A sua morte vai terminar com o banho de sangue e o martírio da nossa juventude”, disse.

Muitos dos colaboradores de Khadafi, incluindo alguns dos seus filhos, foram também mortos ou capturados na região de Sirte nesta manhã. Mohamed Leith, comandante do CNT, confirmou que Muatassim, um dos filhos de Kadhafi, foi encontrado morto em Sirte. A emissora líbia de televisão Líbia Livre informou que Mansour Daou [chefe dos serviços de segurança interna] e Abdallah Senoussi também foram capturados.

*Com informações da agência ONU e da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Rivadavia Severo