BC quer incentivar operações de compra e venda de reais entre bancos brasileiros e estrangeiros

14/10/2011 - 14h46

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Banco Central (BC) quer estimular o processo de compra e venda de reais em espécie entre bancos estrangeiros e brasileiros. De acordo com o gerente executivo de Normatização de Câmbio e Capitais Estrangeiros do BC, Geraldo Magela Siqueira, representantes da instituição e de outros bancos devem se reunir, em São Paulo, na próxima semana para discutir, entre outros assuntos, procedimentos para incrementar essas operações.

Segundo Siqueira, que participou hoje (14), no Rio de Janeiro, de um seminário sobre prevenção a crimes econômicos, a intensificação do uso da moeda nacional em trocas entre instituições financeiras nacionais e estrangeiras é fundamental para facilitar a vida do turista que vem ao Brasil, que poderá comprar reais em seu país de origem, e ainda tornar mais simples as ordens de pagamentos em reais no exterior.

“Vamos conversar com [representantes de instituições do] sistema [financeiro] para avaliar como eles estão vendo isso e como podem proceder. São medidas para facilitar a vida do turista que vem ao Brasil, que poderá comprar reais lá fora, e também a de brasileiros que fazem pagamentos no exterior. Vamos ter que nos responsabilizar por prover o mercado de câmbio com notas novas, seriadas, e com possibilidade de troco.”

O representante do BC destacou que essas operações já são realizadas em alguns bancos, mas ainda em pequeno volume.

Ainda durante o evento, o gerente executivo do BC reiterou que a instituição também trabalha para aumentar o número de correspondentes cambiais – instituições autorizadas a efetuar troca de moeda estrangeira pela nacional - no país com o objetivo de suprir a demanda por operações de câmbio com a realização de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

De acordo com Siqueira, há atualmente 877 correspondentes cambiais em todo o país, entre eles 98 em São Paulo, 22 em Brasília e 52 no Rio de Janeiro.

“Esse número pode melhorar para dar maior capilaridade a essa rede. Entendemos que esse é um caminho para atender o cidadão de maneira direta, por meio de um braço da instituição [Banco Central], e barata. Esse é um caminho que se deve buscar”, ressaltou.

Ele destacou que o aumento das transações envolvendo moeda estrangeira no Brasil tem ocorrido não apenas por causa da realização dos eventos esportivos, mas também pela melhora da renda do brasileiro, que tem viajado mais para fora, e pela visibilidade que o Brasil tem conquistado no exterior, atraindo turistas e investimentos de outros países.

De acordo com o representante do Banco Central, entre 2001 e 2010, a entrada de capitais no país por meio de turistas aumentou 242% e as remessas cresceram 413%.

Edição: Juliana Andrade