Parceria entre BID e governo federal ajuda a evitar preconceito nas decisões de gestores

13/10/2011 - 17h53

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo federal promoveram hoje (13) um seminário com o objetivo de evitar decisões fundadas em preconceitos, por parte de seus servidores. O seminário Mind Bugs: Desafios na Tomada de Decisões contou com a participação da professora e pesquisadora da Universidade de Harvard, Mahzarin Banaji.

Respaldada por pesquisas feitas no campo da psicologia, Banaji mostrou que muitos erros são cometidos por gestores, a partir de preconceitos que eles não sabem que existem. Para provar isso, a pesquisadora fez testes com um grupo constituído por funcionários do BID e do governo federal, além de diplomatas, representantes de organizações internacionais, acadêmicos e estudantes.

Um dos testes comprovou a dificuldade das pessoas em associar o ambiente de trabalho às mulheres e o lar aos homens. Ela mostrou também alguns recortes de jornais que se referiam a uma mesma situação, deu tratamento diferenciado a negros e brancos.

Para a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, a apresentação de Banaji deixa claro que “o preconceito influencia, sim, a tomada de decisões”, em especial as políticas públicas.

“Essa palestra ajuda as pessoas a melhor trabalhar suas percepções, e mostra como as políticas públicas devem repensar suas ações. Precisamos olhar para dentro das situações, a fim de entender os fenômenos sociais que não acontecem da maneira que esperamos”, disse a ministra.

Segundo o representante do BID no Brasil, Fernando Carrillo-Flórez, esse tipo de encontro ajuda na definição de desenhos para vários projetos de cooperação técnica entre a entidade e o governo brasileiro. “As políticas públicas de afirmação são determinantes para romper obstáculos. Mas antes é necessário fazermos um trabalho de conscientização de funcionários”.

“Há dez anos, o BID fez um projeto similar, visando ao acesso de afro-brasileiros aos ensinos básico e médio. Mais recentemente direcionamos esforços com o objetivo de estender o acesso deles ao ensino superior”, acrescentou Carrillo-Flórez.
 

Edição: Rivadavia Severo