Greve dos bancários aumenta procura por casas lotéricas

11/10/2011 - 19h27

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O horário flexível das 10.773 casas lotéricas do país, que atendem até as 18h nas lojas de rua e até as 19h nos shoppings, tem atraído um número crescente de cidadãos para pagamento de contas e saques de pequenos valores para correntistas da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil (BB).

Não existe estimativa nacional quanto ao aumento da movimentação, mas o Sindicato dos Lotéricos de São Paulo, que congrega 2.597 casas de apostas (773 na capital), calcula que houve acréscimo de aproximadamente 30% na procura da população durante a greve dos bancários, que completou 15 dias hoje (11).

O aumento da procura decorre de vários motivos, além da flexibilidade do horário. Primeiro, por causa das longas filas que se formam nos terminais de autoatendimento dos bancos, fora das agências, e depois porque as lotéricas e correspondentes bancários operam os serviços básicos de saques e pagamentos, inclusive aos sábados.

As casas lotéricas recebem boletos de até R$ 2 mil, quando as contas são da própria Caixa, e de até R$ 700 quando são de outros bancos. Para contas de consumo (água, energia, telefone e outras) o limite é R$ 1 mil. As lotéricas também aceitam saques de até R$ 1 mil por dia para clientes da Caixa (R$ 500 aos sábados) e de até R$ 500/dia para correntistas do BB.

Recebem também pagamentos de tributos, prestação da casa própria, obrigações com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e de contribuição sindical, além das transações realizadas normalmente, via Cartão do Cidadão, como os benefícios sociais do Bolsa Família, do seguro-desemprego e do Programa de Integração Social (PIS).

A rede lotérica tornou-se, portanto, uma alternativa a mais para a população quitar seus compromissos enquanto durar a paralisação dos bancários. O problema maior reside na falta de recebimento de correspondências com as devidas cobranças, uma vez que os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos também estão de braços cruzados.
 

Edição: Rivadavia Severo