Polícia de Nova York prende 700 em protesto contra "ganância" dos bancos

02/10/2011 - 13h17

Da BBC Brasil

Brasília - Mais de 700 pessoas foram presas em Nova York em um protesto contra o que chamam de "ganância do sistema financeiro". Os manifestantes do protesto Occupy Wall Street (Ocupem Wall Street, em tradução livre), em referência ao coração financeiro nova-iorquino, cruzavam a Ponte do Brooklyn quando foram detidos pela polícia, a maioria por causar tumulto e atrapalhar o trânsito.

A marcha não tinha autorização da polícia, mas um porta-voz do movimento disse à BBC que "desde que caminhemos pela calçada e de maneira ordeira, é completamente legal". Entretanto, a polícia informou que muitos não obedeceram às ordens de permanecer na calçada e foram presos.

Ativistas do movimento estão acampados nas proximidades de Wall Street há duas semanas. A organização dos protestos diz que está "defendendo 99% da população americana contra o 1% mais rico". Desde meados de setembro, os líderes do Occupy Wall Street, uma coalizão de agremiações menores, vinham conclamando os seguidores para juntar 20 mil pessoas, "inundar a Baixa Manhattan [região onde fica Wall Street]" e permanecer acampados "durante meses".

"Não é justo que nosso governo ajude as grandes corporações e não as pessoas", disse à BBC um dos manifestantes, Henry-James Ferry. Ele contou que soube do protesto quando, um dia, deparou-se com uma manifestação do movimento. Indignado com a situação, resolveu "voltar para protestar todo dia".Centenas de manifestantes permanecem ocupando a região de Zuccotti Park, localizada não muito longe de Wall Street.

Em apoio, uma série de pequenos protestos também foi realizada em outras cidades americanas. No entanto, em duas semanas de manifestações, a relação com a polícia tem se mostrado difícil. No dia 25 de setembro, 80 pessoas do movimento foram presas, também por desordem e por atrapalhar o trânsito. Um manifestante foi indiciado por agressão a um policial. Na sexta-feira, cerca de 2 mil pessoas do movimento já haviam se dirigido em passeata para protestar contra a repressão policial.

"Não somos anarquistas. Não somos vândalos. Sou um homem de 48 anos de idade", queixou-se um dos manifestantes, Robert Cammiso, à BBC.