Dilma tenta destravar acordo de livre comércio com europeus e vai oferecer ajuda para enfrentar crise

02/10/2011 - 14h59

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – No primeiro dia de reuniões da 5ª Cúpula Brasil-União Europeia, amanhã (3), na Bélgica, a presidenta Dilma Rousseff vai reiterar a preocupação com os impactos da crise econômica internacional. Dilma vai defender a parceria estratégica com o bloco como alternativa para amenizar os prejuízos causados pela crise. Ela também deverá destacar que o Brasil está disposto a colaborar com os europeus no que for necessário. Em outra frente, Dilma vai tentar destravar um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, cujas negociações foram suspensas em 2006.

Para a presidenta, um dos mercados que deveriam ser abertos aos brasileiros na Europa é o setor de serviços. Porém, há resistências dos europeus, que temem a competição.

A presidenta deverá lembrar ainda que o desenvolvimento sustentável não pode ser excluído da pauta de discussões. O assunto é o principal tema da Conferência Rio+20, que ocorrerá no Rio de Janeiro entre 28 de maio e 6 de junho de 2012. Será a maior conferência mundial sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde.

Paralelamente, Dilma tratará dos temas que interessam às negociações envolvendo Mercosul e União Europeia. Há articulações para que seja fechado, ano que vem, um acordo de livre comércio entre os dois blocos econômicos. Segundo especialistas, com o acordo, as possibilidades de negócios e de geração de empregos serão multiplicadas com o acordo.

Porém, a negociação sofre resistências de alguns governos, como o da França, que teme, por exemplo, a competição com a carne produzida na América do Sul. Outra negociação envolve a indústria manufatureira. As negociações para criação do livre comércio entre os dois blocos foram interrompidas em 2006 e só foram retomadas este ano.

Nos discursos recentes que fez na Organização das Nações Unidas (ONU) e no Peru, Dilma disse que a crise não foi causada pelos emergentes, e sim, pelos países mais ricos. Ela se referiu aos Estados Unidos e aos europeus.

A presidenta desembarcou hoje (2) em Bruxelas, capital da Bélgica. Sem compromissos oficiais neste domingo, ela aproveitou para visitar o Museu Margritte, que reúne parte do acervo de René Margritte (1898-1967), um principais artistas plásticos surrealistas belgas.

A presidenta foi convidada abrir o 23º Europalia, o maior festival europeu de cultura que, este ano, vai homenagear o Brasil. Também está previsto um encontro com o rei Albert II, da Bélgica. De Bruxelas, a presidenta segue para a Bulgária, onde vai conhecer a família do pai dela, Pedro Rousseff, que emigrou para o Brasil e nunca mais voltou.

Edição: Vinicius Doria