Desafio da nova cúpula da PM do Rio é combater a corrupção policial

01/10/2011 - 17h21

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O combate à corrupção policial é o principal desafio da Polícia Militar do Rio de Janeiro, na opinião da antropóloga Jaqueline Muniz. Para a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), especialista em segurança pública, a formação da nova cúpula da corporação, anunciada no primeiro dia de trabalho do novo comandante-geral da corporação, coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, sinaliza que a questão está sendo tratada como prioridade.

“Há uma atenção especial por parte do novo comando. Mas isso vai exigir esforços não só dentro da PM, mas na estrutura correcional da segurança publica como um todo”, ponderou a antropóloga. Segundo ela, além da indicação de um novo nome para assumir a Corregedoria da PM fluminense (coronel Waldir Soares), a corporação precisa investir nos mecanismos de controle interno e externo. “[Esses mecanismos] são a polícia da polícia. São o fiel da balança que fazem a certificação da qualidade e da confiabilidade do trabalho policial, separando o joio do trigo”, acrescentou.

O combate às milícias, para ela, é hoje o "calcanhar de Aquiles" da polícia fluminense, porque as milícias atuam dentro do estado. "Elas [milícias] sabotam os esforços do governo e da polícia. Esse, sim, é o tiro amigo!”

A troca da corregedoria da PM do Rio foi uma das dez mudanças anunciadas pelo novo comando-geral. Para a antropóloga, as mudanças foram coerentes. Ela conhece boa parte dos nomes anunciados porque foi professora do curso de pós-graduação em segurança pública da UFF que teve, entre os alunos, alguns dos novos comandantes.

“É previsível, natural e desejável que o novo comando estruture seu Estado-Maior para que as prioridades e metas traçadas pelo novo comando possam ter consequências nas unidades operacionais. Conheço os indicados, tanto no comando-geral quanto no Estado-Maior, e diria que as qualificações dos quadros apontam para uma elevada competência técnica, elevado grau de profissionalismo, conhecimento sobre atividades policiais e postura extremamente ética e responsiva”, disse Muniz.

A professora ainda acrescentou que a criação do Comando de Policiamento Especializado, que vai integrar Batalhão de Operações Especiais (Bope), o Batalhão de Choque, o Batalhão Florestal, a Polícia Montada, a Polícia Rodoviária e a Polícia de Turismo pode significar “racionalização de recursos, padronização de procedimentos e uma unidade de doutrina policial”.

Edição: Vinicius Doria