Gabrielli prevê escassez de etanol e não vê impacto da redução da Cide no caixa da Petrobras

27/09/2011 - 21h42

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que a redução do valor da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina não vai influenciar no caixa da companhia. “Eu não entendo como vá aliviar o caixa da Petrobras. A Cide não pertence à Petrobras. Pertence ao Ministério da Fazenda, ao governo brasileiro. Não tem nenhum reflexo sobre o caixa da Petrobras, que cobra a Cide do distribuidor e repassa ao governo federal. Não usa a Cide para fazer caixa.”

Gabrielli, que participou da abertura do 4º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio, disse que não é possível prever se a medida representará alteração no preço do combustível nos postos. “Nós vamos recolher o que for definido pelo Ministério da Fazenda. Qual o efeito disso sobre a ponta? Nós não sabemos. A gasolina sai da refinaria a R$ 1,05 desde maio de 2009. Chega na bomba a R$ 2,80; R$ 2,90; R$ 2,70... Essa diferença depende dos impostos estaduais, dos impostos municipais, da margem das distribuidoras e mais de 37 mil postos, que a Petrobras não controla”, explicou.

O presidente da Petrobras disse que houve crescimento de 19% no consumo de gasolina em 2010, mas considerou que o aumento na importação do combustível, de 7 mil barris por dia no ano passado para 30 mil barris por dia este ano, não trouxe problemas para a companhia. O vilão é o etanol.

“O problema não está na gasolina. O problema está no álcool. Está na cana-de-açúcar. Nós temos um investimento que não foi realizado em 2008 e 2009 na nova plantação de cana. Nós tivemos safras ruins nesses anos e você precisa plantar. Isso leva tempo. Não vai ser possível ampliar a plantação de cana em menos de dois, três anos. Então, nós vamos ter um fenômeno de dois, três anos de escassez de álcool.”

Edição: Vinicius Doria