Destruída por enchente em São Luiz do Paraitinga, Capela das Mercês é restaurada

17/09/2011 - 12h55

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Destruída pela enchente que atingiu a cidade de São Luiz do Paraitinga (SP) em janeiro do ano passado, a Capela das Mercês vai reabrir suas portas à população no próximo dia 25 de setembro. No prazo de nove meses, a capela – que é um dos símbolos da cidade - foi reconstruída.

“[A obra] é uma reconstrução da capela que ruiu, onde sobrou só cerca de 1,10 metro de taipa, além de alguns escombros como portas, batentes, janelas e pedaços do altar. Foi feita uma separação desse material por voluntários e a partir daí foi feito um projeto pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] para a reconstrução”, explicou Mauro Henriques de Arruda, engenheiro civil da empresa responsável pela obra.

Para proteger a taipa, uma parede que ficou de pé apesar da enchente, foi feita uma fundação e uma proteção de concreto armado e mais de 100 mil tijolos. “No projeto, ela [taipa] vai ficar à vista para que o pessoal saiba o que era da capela antiga e o que é da que foi reerguida”, disse Arruda.

A obra custou R$ 1,127 milhão e foi feita com operários da cidade. “Eles são envolvidos com a cidade, com a capela e com os sistemas construtivos da cidade. Esses operários sabem fazer e, motivados pela ideia de terminar a capela, essa obra pode então ser feita no prazo de nove meses”, disse Antonio das Neves Gameiro, arquiteto do Iphan e responsável pelo projeto.

A Capela das Mercês foi inaugurada por volta de 1814. “Ela é a segunda igreja mais antiga da cidade. A primeira foi a Igreja do Rosário e em volta dela surgiu o núcleo que deu origem a esse bairro do Rio Paraitinga [que originou a cidade]. A Capela das Mercês é muita querida pela cidade”, destacou o arquiteto do Iphan.

Segundo Gameiro, uma grande festa em louvor à Nossa Senhora das Mercês vai celebrar a entrega da capela reconstruída para a cidade. “Quando fiz o projeto de restauração, sabia que era um trabalho difícil e complexo, mas resolvi fazer essa obra num prazo que coincidisse com o dia da padroeira [da cidade], que é 24 de setembro. Era um prazo de execução de apenas nove meses, algo extremamente complexo de ser feito”, disse o arquiteto.

Além da Capela das Mercês, o Iphan está trabalhando na restauração de construções da cidade como a Igreja do Rosário, a Casa de Oswaldo Cruz e dois casarões do centro histórico que desabaram com a enchente.

Edição: Juliana Andrade