Juiz da cidade paulista de Jandira ouve testemunhas no processo que apura morte de prefeito

15/09/2011 - 18h07

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O juiz Bruno Cortina Campopiano, da 1ª Vara Distrital de Jandira, está desde a manhã de hoje (15) ouvindo 61 pessoas, entre réus e testemunhas de defesa e de acusação, no processo que apura a morte do prefeito Walderi Braz Paschoalin. Depois da fase de instrução do processo, ele decidirá se leva a júri os oito acusados de terem participado do assassinato do prefeito de Jandira, morto a tiros em dezembro do ano passado.

Segundo o Tribunal de Justiça, três réus estão soltos, um está foragido e quatro estão presos – entre eles o ex-secretário de Habitação Wanderley Lemes de Aquino, acusado de ser o mandante do crime. A audiência continua amanhã (16), mas, devido ao grande número de pessoas a serem ouvidas, uma nova audiência deve ocorrer em outubro para dar continuidade à fase de instrução.

Em fevereiro, o Ministério Público ofereceu denúncia à Justiça contra sete pessoas que foram acusadas pela morte de Braz Paschoalin. Na denúncia, que foi oferecida pelo promotor de Justiça Neudival Mascarenhas Filho, o ex-prefeito foi morto porque havia demitido o então secretário de Governo, Sérgio Paraizo, e por desentendimentos com Aquino. A denúncia também apontou que havia vários esquemas de corrupção na prefeitura, envolvendo desvios de dinheiro público, licitações fraudulentas, superfaturamento e nomeação de funcionários fantasmas. A morte do prefeito, segundo a denúncia, foi tramada pelos réus para que assumissem o controle do esquema.

Um inquérito policial também foi aberto este ano para investigar se houve participação da atual prefeita, Anabel Sabatine, no assassinato do ex-prefeito. Segundo informações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o inquérito policial ainda está em andamento.

Anabel havia sido afastada da prefeitura na última terça-feira (13), por decisão da Câmara Municipal, mas voltou ao cargo hoje, após liminar concedida pelo juiz Bruno Campopiano. Os vereadores decidiram pelo afastamento devido a denúncias de fraude e desvio de verbas na gestão da prefeita.

Edição: Lana Cristina