No México, há suspeitas de que autoridades estejam envolvidas em incêndio de cassino

02/09/2011 - 10h12

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As autoridades do México ampliaram as investigações sobre o incêndio do Cassino Royale, que matou 52 pessoas, na semana passada. As investigações se voltaram para a apuração sobre o possível envolvimento de policiais e pessoas ligadas à prefeitura da cidade de Monterrey no crime. Imagens de câmeras de segurança mostram um policial e o irmão do prefeito de Monterrey, onde ocorreu o crime, em situações suspeitas.

Até então, as investigações seguiam na direção de que o crime foi causado pela disputa de poder entre os cartéis Los Zetas e do Golfo. Segundo as autoridades, integrantes dos cartéis cobram propina de empresários em troca da permissão para que mantenham as atividades na região de Monterrey, na fronteira com os Estados Unidos.

Mas ontem (1º) o policial Miguel Ángel Escamilla Barraza foi preso. A detenção dele ocorreu depois que imagens de câmeras de segurança o mostraram minutos antes do ataque ao Cassino Royale. Nas imagens, o policial aparece com uma arma descendo de um dos carros utilizados pelos criminosos no dia do ataque.

As investigações são conduzidas pela Procuradoria-Geral do México. O procurador-geral, José Cuitlahuac Salinas, disse ainda que essas mesmas imagens ajudaram as autoridades a prender outros cinco suspeitos anteontem (31).

Nas imagens também aparece Jonas Larrazabal – irmão do prefeito de Monterrey, Fernando Larrazabal – em situação considerada suspeita pelas autoridades. Segundo investigações preliminares, Jonas cobrava propina de três cassinos na região de Monterrey.

Ao mesmo tempo, as autoridades mexicanas tentam localizar os donos do cassino incendiado. Há suspeitas de que eles tenham fugido do país. As autoridades mexicanas pediram ajuda da Embaixada dos Estados Unidos e também da Interpol, a Polícia Internacional, para tentar localizar os donos do Cassino Royale.

No último dia 25, o Cassino Royale foi incendiado e as saídas de emergência fechadas, impedindo as pessoas de deixar o local. Em decorrência do crime, 52 pessoas morreram. A disputa de forças entre cartéis no México virou questão de Estado e o presidente mexicano, Felipe Calderón, disse que havia uma guerra para combater os crimes organizados.

*Com informações da agência pública de notícias do México, Notimex, e da emissora multiestatal de televisão, Telesur, com sede em Caracas, na Venezuela.

Edição: Talita Cavalcante