Agricultor assassinado no Pará vinha recebendo ameaças de morte desde o início do ano, diz CPT

26/08/2011 - 10h57

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O agricultor Valdemar Oliveira Barbosa, morto a tiros em Marabá (Pará) ontem (25) de manhã, estava recebendo ameaças de morte desde o início do ano. Em maio, ele chegou a registrar ocorrência na Polícia Civil do estado pedindo investigação. A informação é do advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) José Batista, que acompanha as investigações.

“Por enquanto, não vamos pedir intervenção da Polícia Federal [PF]. Como a Polícia Civil instaurou o inquérito e iniciou as investigações, vamos aguardar. Mas, caso não haja avanços, certamente vamos pedir à PF que entre no caso”, disse Batista à Agência Brasil.

Valdemar Oliveira Barbosa, conhecido como Piauí, foi morto a tiros na Avenida Belém-Brasília, no bairro São Félix, periferia de Marabá. Ele foi abordado enquanto andava de bicicleta por dois homens que estavam em uma moto. Os assassinos atiraram no rosto e no pescoço do agricultor.

Barbosa era ligado ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá. Durante anos, ele liderou um grupo de famílias que ocupava uma fazenda na região. Como o imóvel não foi desapropriado para reforma agrária, o grupo deixou a propriedade.

O trabalhador rural, segundo a CPT, voltou a morar na área urbana de Marabá e ajudou a organizar uma ocupação no bairro de Nova Marabá, onde morava. Apesar de viver na cidade, o líder comunitário estava atualmente na coordenação de um grupo de famílias que ocupa uma fazenda em Jacundá, município próximo a Marabá. De acordo com a CPT, o dono da fazenda já havia contratado pistoleiros para impedir a ocupação das terras.
 

Edição: Juliana Andrade