Liga Árabe reconhece legitimidade da oposição na Líbia

25/08/2011 - 10h58

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Liga Árabe reconheceu hoje (25) a legitimidade do Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, controlado pela oposição no país, como o único representante do povo líbio. A medida indica que o órgão terá respaldo da comunidade árabe para conduzir o processo de governo provisório na região. A decisão foi anunciada pelo secretário-geral da organização, com sede no Cairo, Nabil al Arabi. Antes da reunião da organização, Arabi conversou com Ali Triki e Abdel Moneim Al Hunei, que representam o CNT.

Na terça-feira (23), Arabi disse que 12 dos 22 países que integram a Liga Árabe tinham reconhecido o conselho como único representante legítimo do povo líbio. O último país a anunciar sua decisão foi o Sudão.

Em fevereiro, a Líbia foi suspensa temporariamente da Liga Árabe. A decisão foi motivada pelas acusações contra o presidente líbio, Muammar Khadafi. Para os representantes do organismo, as denúncias de violações de direitos humanos e atos contra civis não condizem com as orientações da Liga Árabe.

Na Líbia, os embates entre manifestantes contrários a Khadafi, forças aliadas do governo e integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) levaram o país a uma guerra civil. A comunidade internacional pressiona para que o líder, que está no poder há quase 42 anos, abra mão do governo encerrando o impasse.

Os líderes da oposição avançaram contra Trípoli chegando ao quartel-general e ao complexo residencial de Khadafi, na capital. O líder ainda não foi localizado, mas enviou mensagens informando que está no país.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse na terça-feira que estava em contato permanente com a Liga Árabe, a União Africana e a Organização das Nações Unidas (ONU) para definir a posição do Brasil. Segundo ele, o reconhecimento da legitimidade do Conselho Nacional do Trânsito (CNT) está associado às garantias de que o órgão representará o povo líbio como um todo e trabalhará para a consolidação da democracia e da paz no país.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.

Edição: Talita Cavalcante