Ainda existe tráfico de drogas no Complexo do Alemão, diz general responsável pela segurança na região

08/08/2011 - 21h41

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O general Carlos Sarmento, responsável por toda operação de segurança no Complexo do Alemão e no Complexo da Penha, na zona norte da capital fluminense, admitiu hoje (8) que, após nove meses de ocupação pelas Forças Armadas, que ainda existe tráfico de drogas na região. “É impossível acabar com o tráfico, porque tem os ‘órfãos’ que trabalhavam para o tráfico e também os ‘órfãos’ dependentes de drogas. A gente ainda identifica um pequeno tráfico dentro das comunidades, para atender esse consumo. Mas não mais um depósito. Ali não é mais a base logística do tráfico.”

Depois de três meses comandando 1.600 soldados, Sarmento fez um balanço positivo da presença do Exército nas favelas que formam os dois complexos, apesar de admitir a presença de traficantes. O general falou para um grupo de empresários, na Associação Comercial do Rio de Janeiro.Sarmento considera incompatível a presença das forças de segurança e de criminosos, apesar de reconhecer a permanência de traficantes na região. “Essa convivência é inadmissível. Nós sempre estamos procurando coibir o ilícito, mas lógico que há dificuldades. Não podemos ficar ali revistando todas as pessoas.”

O oficial também falou sobre a existências de armas nas mãos dos criminosos, embora não mais as de maior calibre, como fuzis e carabinas, classificadas de armas longas. “Eu posso garantir que não vi arma longa nenhuma. Armas curtas, tivemos o relato que uma pistola foi apreendida, semana passada, em uma boca de fumo. Mas são de difícil localização, pelo tamanho e aparência.”

O general Sarmento vai passar o comando da operação no conjunto de favelas no próximo dia 12 para um novo comandante militar, que será responsável por fazer a transição e entregar a área para a Polícia Militar, que passará a ser responsável pela segurança da população, com a instalação de unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

 

Edição: Aécio Amado