Ministros devem ir ao Senado falar sobre denúncias, diz Jucá

02/08/2011 - 13h22

Ivan Richard e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse hoje (2) que a base do governo concorda que os ministros dos Transportes, Paulo Sérgio Passos; da Agricultura, Wagner Rossi; do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e das Cidades, Mario Negromonte, prestem esclarecimentos aos senadores na semana que vem, desde que sejam convidados e não convocados.

A estratégia da base governista é fazer com que os ministros falem sobre as denúncias veiculadas na imprensa de corrupção em suas pastas como forma de tentar evitar a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI), como quer a oposição.

Alvo de requerimento de convocação, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, é o único que não deve ir ao Senado, de acordo com o líder do governo. Para Jucá, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) não está subordinada diretamente a Lobão. Segundo a revista Época, diretores da ANP cobraram propina para acelerar e facilitar o andamento de processos.

Concordamos com o convite ao ministro dos Transportes, por exemplo, e a mesma coisa vale para o ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura. Agora, convocar o ministro Edison Lobão, não. Ele não tem o que responder sobre uma coisa que é responsabilidade da ANP e ela não é subordinada diretamente a ele. Vamos conversar e ver quem deve ser chamado da ANP para falar sobre as denúncias”, disse Jucá.

Em relação às denúncias feitas pelo seu irmão Jucá Neto, ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de que existe um "conluio entre PTB e PMDB" no órgão, Romero Jucá disse “desaprovar” e “lamentar” a atitude do irmão. O líder do governo no Senado ainda confirmou que pediu desculpas à presidenta Dilma Rousseff e reconheceu que o episódio desgasta sua imagem como líder. A entrevista foi publicada na revista Veja desta semana.

Meu irmão defendeu os procedimentos que fez, acho que agiu equivocadamente, mas não tenho como controlar isso. O ministro Wagner Rossi tomou os procedimentos, meu irmão foi demitido e esse fato se encerrava por aí. O que aconteceu depois [com as novas denúncias], o ministro [da Agricultura] está investigando e desaprovo o que ele [Jucá Neto] fez”, argumentou o líder. “Houve um desgaste, é lamentável. Agora, tenho que continuar trabalhando e encerrar isso.”

Edição: Talita Cavalcante