Eleição fora de época para prefeito em Magé termina com três prisões por boca de urna

31/07/2011 - 18h01

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Apesar do clima de tranquilidade na maioria dos locais de votação, a eleição fora de época para prefeito do município de Magé, na Baixada Fluminense, hoje (31), terminou com três prisões em flagrante por boca de urna. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), dentre os detidos estava o terceiro-sargento e ex-chefe da Guarda Municipal de Magé, Renato de Abreu, que distribuía adesivos do candidato Werner Saraiva (PTdoB), pela família Cozzolino.

Ainda segundo o tribunal, o desembargador Luiz Zveiter, presidente do TRE, ameaçou decretar a prisão do prefeito em exercício de Magé, Anderson Cozzolino (PMDB), se ele insistisse em fazer boca de urna na Escola Jorge Veríssimo, o maior colégio eleitoral do município das 23 seções eleitorais.

O prefeito é também presidente da Câmara Municipal e irmão da ex-prefeita Núbia Cozzolino (PR), que foi cassada por abuso de poder e uso indevido de meios de comunicação durante a campanha de 2008. O vice-prefeito, Rozan Gomes, do mesmo partido, também foi cassado. Há seis chapas inscritas para a disputa eleitoral em Magé.

A cidade é conhecida pelas arbitrariedades eleitorais e por abusos de poder cometidos por integrantes da família Cozzolino (PR) há décadas. Para garantir a segurança dos eleitores, foram enviados mais de 700 homens das forças de segurança das três esferas de governo. Somente cinco das 459 urnas eletrônicas precisaram ser substituídas.

O Ministério Público Eleitoral investiga a compra de votos para a campanha do candidato Werner Saraiva (PTdoB). O Tribunal Regional Eleitoral apreendeu na semana passada R$ 50 mil na casa do vereador Guilherme Marcatti (PRB), aliado político do prefeito em exercício.

O TRE registrou uma média de 20 denúncias por dia nas eleições de Magé e já foram instaurados 85 procedimentos de investigação de crime eleitoral e infrações administrativas.

 

Edição: Lana Cristina