Jovens infratores expõem trabalhos em local que já foi o maior complexo penitenciário da América Latina

29/07/2011 - 17h28

Marli Moreira
Repórter Agência Brasil

São Paulo- Foi aberta hoje (29), na Biblioteca de São Paulo, no Parque da Juventude, uma exposição de trabalhos feitos por 130 internos do Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente ( Fundação Casa). Como parte de uma ação pedagógica de reabilitação, a mostra ocorre em dos prédios que restaram da antiga estrutura do maior complexo penitenciário da América Latina, a Casa de Detenção do Carandiru, extinta em 2002.

São pequenas peças artesanais. Entre elas, roupas e objetos que remetem à sofisticação, embora confeccionados com materiais mais populares. Um exemplo disso é um criado-mudo cujos pés de apoio têm linhas curvas em estilo vitoriano. Nesse caso, a proposta foi a de apresentar o talento na arte de recuperar o móvel.

A exposição é resultado dos 70 cursos de qualificação profissional oferecidos aos internos em oito áreas: administração, alimentação, artesanato, construção e reparos, informática, serviços, serviços Pessoais e turismo e hotelaria. Os cursos são ministrados em três meses e têm 57 horas de duração.

“Com os cursos, a gente quer que eles não voltem a cometer delitos e possam entrar no mercado de trabalho”, disse a coordenadora da Associação Horizontes, Heloisa de Souza Dantas. A entidade é parceira da Fundação Casa.

Segundo a presidente da Fundação Casa, Berenice Giannella, os 130 adolescentes que tiveram os trabalhos escolhidos para essa exposição estão distribuídos em 43 unidades. “Nossa primeira preocupação é fazer com que eles retomem os estudos . Eles saem dos cursos com certificado. Já tivemos casos de jovens que conseguiram colocação no mercado de trabalho.”

Hoje, a Fundação Casa tem hoje 7.640 internos e 600 semi-internos, informou Berenice. A exposição é gratuita e estará aberta ao público até o próximo dia 14 de agosto, de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 21h e, aos sábados e domingos, das 9h às 19h.

Edição: João Carlos Rodrigues