Crescimento brasileiro é sustentável, mesmo com cenário adverso da economia mundial, diz ministro

26/07/2011 - 14h03

Daniel Lima, Pedro Peduzzi e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil


Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje (26) que o crescimento é sustentável no Brasil, mesmo com o “cenário adverso” da economia mundial. Ele lamentou a continuidade da crise iniciada em 2008 e disse que seria importante para o Brasil se a situação atual fosse de crescimento no mundo e de aumento da demanda por produtos de países emergentes.

“Temos que nos haver com as consequências deste cenário, que são as políticas monetárias excessivamente expansionistas, desvalorização de moedas e problemas cambiais, além da falta de mercado para as manufaturas, que causam uma série de consequências adversas”, disse o ministro, no Palácio do Planalto, durante a 38ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômicos e Social.

Segundo Mantega, o Brasil é atualmente um dos países mais bem preparados para enfrentar os problemas da economia global. Para ele, a economia brasileira tem capacidade de resistir à crise, seja pela solidez das contas públicas, seja pelo forte mercado interno. “O que falta hoje no mundo é mercado interno. Os países avançados não têm mercado interno, e parte dos emergentes acostumou-se a crescer à custa dos mercados alheios”, afirmou o ministro, referindo-se aos chineses que, segundo ele, dependem muito, das exportações para manter o crescimento.

Mesmo enfatizando a importância do mercado interno para ajudar o Brasil a crescer em uma situação de crise, Mantega afirmou que esta vantagem, construída ao longo dos anos, deve ser mantida com cautela e com medidas que possam equilibrar a demanda e reduzir o crescimento do crédito.

“O que nós temos que fazer é garantir que esse mercado interno seja desfrutado pelos brasileiros e pelas forças internas brasileiras. Essa é a cautela que nós temos que ter, mas a demanda é a maior estimuladora dos investimentos”, disse ele. Mantega voltou a destacar o crescimento da classe C e a passagem desta para a B e para a A, como uma das consequências das mudanças econômicas do país, além da diminuição das classes E e D.

O ministro disse ainda que o ajuste na economia, com redução do crédito, da demanda e dos gastos públicos, foi importante porque não provocou, no Brasil, a redução do nível de emprego. “Digo que é uma das conquistas fundamentais da sociedade brasileira nos últimos anos. Hoje, o Brasil é uma das economias que mais geram empregos no mundo. E nós não vamos deixar escapar essa conquista.”

Edição: Nádia Franco