Autor de ataques na Noruega pede desculpas por atos “necessários”

26/07/2011 - 14h15

Da BBC Brasil

Brasília - O advogado do norueguês Anders Behring Breivik disse hoje (26) que seu cliente pede desculpas pelos ataques que mataram pelo menos 76 pessoas. Para Breivik, as ações eram necessárias para iniciar uma guerra no mundo ocidental.

"Ele disse que isso era necessário para começar uma guerra aqui [Noruega], na Europa e no mundo ocidental. Portanto, ele pede desculpas por algo necessário", disse Geir Lippestad.

A guerra já foi mencionada em um livro de 1,5 mil páginas atribuído ao extremista cristão de direita de 32 anos de idade, intitulado 2083, ano em que terminaria o suposto conflito ideológico entre o ocidente e o islamismo.

O advogado disse que Breivik é provavelmente insano, embora diga que ainda é cedo para afirmar se ele alegará insanidade. "O caso todo indica que ele é insano", destacou. O acusado será submetido a uma avaliação psicológica para atestar as condições psiquiátricas.

Geir Lippestad disse que Breivik afirmou integrar uma rede anti-islâmica que detém duas células na Noruega e várias no exterior, afirmação que a polícia disse duvidar, mas que está investigando.

Lippestad disse que seu cliente usou "alguns tipos de drogas" antes dos crimes da sexta-feira, para mantê-lo "forte e eficiente". E que Breivik se surpreendeu de não ter sido morto durante os ataques ou a caminho do tribunal onde teve uma audiência ontem (25).

O advogado já defendeu um extremista de direita condenado em 2002 a 17 anos de prisão pelo assassinato, motivado por racismo, de um garoto de 15 anos, cujo pai era africano.

Breivik aceitou responsabilidade pelos ataques, mas negou as acusações de terrorismo. Ele é acusado de terrorismo e a Justiça norueguesa disse cogitar acusá-lo de crimes contra a humanidade, que pode levá-lo a uma sentença de 30 anos de prisão. Breivik deve permanecer detido por oito semanas, as quatro primeiras em isolamento.

Calcula-se que 250 mil pessoas tenham saído às ruas de Oslo ontem levando flores em memória das oito pessoas mortas na capital e das 68 que morreram no campo para jovens na Ilha de Utoeya.