Conselho de Segurança recomenda a admissão do Sudão do Sul como integrante das Nações Unidas

13/07/2011 - 14h05

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil 

Brasília – O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou hoje (13) a admissão do mais novo país, o Sudão do Sul, no organismo. A independência do novo país foi anunciada no último sábado (9) respeitando a decisão obtida por meio da votação direta dos eleitores que optaram pela separação do então Sudão em duas regiões.

“O conselho nota com grande satisfação o compromisso solene da República do Sudão do Sul para respeitar os objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas e para cumprir com as obrigações ali contidas”, diz o comunicado do conselho. Os últimos países admitidos nas Nações Unidas foram Montenegro, em junho de 2006, e Timor Leste, em setembro de 2002.

Mas a decisão sobre o ingresso do Sudão do Sul deve ser submetida ainda à votação na Assembleia Geral da ONU que analisará o assunto em sessão amanhã (14).  A admissão de um país nas Nações Unidas necessita de aprovação de dois terços de seus membros - 128 votos. Se for aprovado, o Sudão do Sul será o país de número 193 do organismo.

Durante a reunião do Conselho de Segurança, o primeiro vice-presidente do Sudão do Sul, Thérence Sinunguruza, agradeceu o apoio da comunidade internacional ao processo que levou à independência de seu país. Segundo ele, o Sudão do Sul será responsável, seguindo as convenções internacionais e adotando as recomendações das Nações Unidas.

O Sudão do Sul reúne cerca de 8 milhões de habitantes e está entre os países mais pobres do mundo, embora tenha grandes reservas de petróleo. Depois de anos de conflitos entre etnias e diferentes linhas políticas, o Sudão do Sul conseguiu sua autonomia, mas aproximadamente 1,5 milhão de pessoas morreram nesse processo.

No sábado (9), o Ministério das Relações Exteriores divulgou comunicado lembrando que a independência do Sudão do Sul foi possível por causa do acordo de paz, assinado em 2005, entre o Norte e Sul, que encerrou quatro décadas de guerra civil entre as duas regiões do país. 

“A criação do novo Estado reflete as aspirações do povo sul-sudanês que, em janeiro último, por meio de referendo popular previsto no AAP [o acordo de paz] expressou de forma pacífica e transparente seu desejo de independência. O governo brasileiro reitera sua disposição em cooperar com a República do Sudão do Sul e de contribuir para seu desenvolvimento social e econômico sustentável”, diz o comunicado.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, participou hoje, em Nova York , da reunião do Conselho de Segurança que foi presidida pelo chanceler da Alemanha, Guido Westerwelle. No seu discurso, Patriota defendeu o apoio da comunidade internacional na consolidação das instituições do Sudão do Sul.

 

Edição: Lílian Beraldo