Gurgel diz que recondução em agosto pode atrapalhar trabalhos da PGR

11/07/2011 - 14h31

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reconheceu hoje (11) que a possibilidade de o Senado aprovar sua recondução ao cargo só em agosto pode prejudicar os trabalhos da instituição. O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), pretende pedir vista do processo de recondução do procurador na reunião de hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), quando a leitura da mensagem presidencial deverá ser lida e Gurgel sabatinado.

Demóstenes Torres baseia-se em acordo dos parlamentares da comissão de ler o processo de indicação e o presidente da CCJ conceder vista de uma semana para que os parlamentares possam analisar a documentação. O líder do DEM pretende, caso o presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE) não conceda vista coletiva aos senadores, requerer individualmente a possibilidade de analisar o processo de Roberto Gurgel, o que levará para agosto a votação, uma vez que os parlamentares esperam concluir a votação do projeto de lei de Diretrizes Orçamentárias para 2012 ainda nesta semana e entrar de recesso.

Para Gurgel, cujo mandato expira no dia 22 de julho, a possível prorrogação do pedido de recondução comprometeria os trabalhos, uma vez que “o regular andamento dos trabalhos no Ministério Público Federal acaba prejudicado”. Ele acrescentou que, por mais competente que seja o seu sucessor provisório, “qualquer período de interinidade é um período em que a administração é precária”.

Roberto Gurgel passou a manhã conversando com os senadores, uma tradição no rito de análise da indicação do procurador-geral da República. Até as 12h30, ele já tinha se encontrado com Eunício Oliveira e com os líderes do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e do PSDB, Álvaro Dias (PR).

Em entrevista, o procurador afirmou que todas as denúncias de corrupção envolvendo o Ministério dos Transportes e órgãos vinculados como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) serão apurados pelo Ministério Público. Ele acrescentou que, a julgar pelas notícias veiculadas na imprensa, “os fatos são extremamente graves”.

No início da tarde, após conversar com vários senadores, o procurador disse que sua sabatina na CCJ, prevista para as 15h, será adiada. Gurgel disse que os senadores precisam de um tempo para analisar o processo e, por isso, voltou a defender que a votação na CCJ e no plenário do Senado ocorram ainda nesta semana, antes do recesso parlamentar.

Edição: Talita Cavalcante//Matéria ampliada às 14h31