Governo da Síria tenta conter protestos com tanques e soldados

03/07/2011 - 15h28

Da BBC Brasil

Brasília - O governo da Síria enviou tanques e soldados para a cidade de Hama, que teve o governador retirado do cargo depois dos grandes protestos ocorridos na sexta-feira (1º). Segundo informações, os soldados estariam assumindo alguns postos em entradas importantes e no centro da cidade que fica na região central da Síria.

Grupos de defesa dos direitos humanos e membros da oposição informaram que foram ouvidos tiros no centro da cidade e dezenas de pessoas estão sendo presas. Ontem (2), o presidente Bashar Al Aassad retirou do cargo o governador da cidade, Ahmad Khaled Abdel Aziz, aparentemente devido ao fato de o governador não ter conseguido evitar os protestos que tomaram as ruas de Hama. Assad assinou o decreto de exoneração depois da manifestação de sexta-feira na cidade contra o seu governo.

O presidente do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman, disse que os soldados do governo assumiram posições em Hama durante a noite de ontem e, em seguida, foi ouvido um "tiroteio pesado" na cidade. Várias prisões ocorreram nos arredores de Hama, acrescentou. "As autoridades parecem ter optado por uma solução militar para subjugar a cidade", disse.

Há informações de que o Exército tinha diminuído sua presença em Hama no início da semana, mas as autoridades agora, depois das manifestações, parecem estar usando força excessiva na cidade. O governo sírio ainda não se pronunciou sobre estas últimas manobras em Hama.

Além de Hama, também foram divulgadas informações de outras manifestações contra o governo na sexta-feira na capital, Damasco, na segunda maior cidade síria, Aleppo, em Latakia e em Homs. Alguns ativistas afirmam que o número de manifestantes em todo país chega a 3 milhões.

Para tentar conter o levante, o presidente Bashar Al Assad já retirou do cargo o governador da cidade de Deraa, em março. A cidade foi palco do início dos protestos contra o governo. De acordo com ativistas, mais de 1.350 civis e 350 integrantes das forças de segurança foram mortos desde o início dos protestos.