Brasileiros devem tentar se prevenir contra restrições de entrada na Europa, dizem autoridades

29/06/2011 - 7h55

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A informação de que, pelo segundo ano consecutivo, os brasileiros são os estrangeiros que sofrem mais restrições para entrar em países da União Europeia por via aérea aumentou o alerta das autoridades no Brasil. Segundo a Agência Europeia de Controle de Fronteiras (Frontex), o brasileiro forma o sexto grupo com mais permanências ilegais detectadas.

“Não temos essas informações porque o que nos chegam são reclamações de brasileiros que se sentem injustiçados de alguma forma. Mas o dado é preocupante da mesma forma”, disse à Agência Brasil a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior do Itamaraty,  Maria Luiza Ribeiro Lopes da Silva.

Pelos dados da Frontex, divulgados segunda-feira (27) pela BBC Brasil, apenas em 2010, 6.072 brasileiros foram impedidos de entrar na Europa. Os números equivalem a 12% do total de entradas recusadas. Segundo a agência, a maioria dos recusados tentava entrar em Portugal e  na Espanha.

O Brasil aparece como o país com mais permissões negadas para entrar na Europa. No ano passado, a Frontex registrou 13.369 brasileiros vivendo ilegalmente na União Europeia  - 3,8% do total. Mas quem lidera a lista de maior número de residentes ilegais na Europa é o Marrocos, com 6,3% do total. O Brasil fica na sexta posição, atrás ainda do Afeganistão, da Albânia, Sérvia e Argélia.

No ano passado, as autoridades do Brasil, da Inglaterra, da Espanha e de Portugal se reuniram para a elaboração da cartilha de orientações para os imigrantes. As autoridades brasileiras negociaram com os representantes dos serviços de migração desses países para estabelecer o intercâmbio dos policiais, de forma que cada um possa conhecer a cultura do outro. Houve também reuniões entre os representantes dos consulados.

No esforço de evitar constrangimentos, os diplomatas recomendam que o viajante providencie todos os documentos exigidos pelo país que irá visitar. Lembram ainda que o turista poderá ser entrevistado, no idioma local, por isso é necessário tentar responder de forma clara e objetiva, assim como comprovar que está com a documentação adequada.

Na lista de documentos exigidos, o Itamaraty ressalta que o passaporte deve ser válido por no mínimo mais seis meses além da data da viagem. É preciso ainda que o viajante lembre de levar o comprovante autenticado de emprego no Brasil e seguro médico internacional. Caso o turista se sinta alvo de arbitrariedade ou desrespeito, tem direito a requerer a presença de uma autoridade consular brasileira.

Mais informações podem ser obtidas por meio dos telefones 61-3411-6456, no caso de quem está no Brasil. Se o viajante estiver no exterior deve ligar para  +55 (61) 3411-8803. Também é possível obter dados na internet - www.portalconsular.mre.gov.br.

Edição: Graça Adjuto