Mesmo sem prorrogação de decreto para pagamento de emendas parlamentares, governo espera aprovar RDC, diz Ideli Salvatti

28/06/2011 - 21h06

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A não prorrogação do decreto que trata do pagamento de emendas parlamentares apresentadas ao Orçamento de 2009 não deverá prejudicar a rejeição dos destaques na votação do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para a Copa do Mundo, é o que espera a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que esteve hoje (28) na Câmara dos Deputados – onde a matéria poderá ser votada esta noite - para um encontro com a bancada feminina da Casa.

A ministra disse estar convencida que os destaques serão rejeitados e o texto do RDC será aprovado integralmente como quer o governo. “Eu tenho a convicção que a responsabilidade do Parlamento com as obras da Copa e das Olimpíadas vai ser demonstrada de forma clara e inequívoca no plenário da Câmara no dia de hoje”, disse a ministra, mesmo tendo confirmado que a presidenta Dilma Rousseff não pretende prorrogar o decreto que permite ao governo pagar emendas parlamentares apresentadas em 2009.

Segundo Ideli Salvatti, a preocupação com a inflação e o controle fiscal do governo são os motivos que devem levar à queda do decreto no próximo dia 30. “Até o dia 30 nós estaremos levando à presidente a preocupação das bancadas parlamentares. Mas tenho a convicção que essa questão econômica do controle da inflação deverá ter grande peso da decisão que vem sendo sinalizada de não prorrogação do decreto”, declarou.

Ainda sobre a votação do RDC, a ministra falou sobre a possibilidade de serem incluídas emendas de redação que permitam ao projeto ficar mais claro. Ela espera que as emendas sejam feitas esta noite durante a votação na Câmara e, assim, quando a matéria for votada no Senado não haverá necessidade de o texto retornar para segunda análise dos deputados. “Eu acho que algum ajuste de redação é possível de ser feito, inclusive para tentar impedir que na tramitação no Senado tenhamos qualquer dúvida que traga a necessidade de voltar o projeto à Câmara depois de votado no Senado”, disse.

Na ocasião, Ideli Salvatti comentou as denúncias recentes que tratam de seu envolvimento no escândalo que ficou conhecido como Dossiê dos Aloprados, durante a campanha estadual para o governo de São Paulo, em 2006. Na época, militantes do PT foram presos por comprarem um dossiê com informações falsas sobre o então candidato ao governo paulista, José Serra (PSDB). Denúncias recentes, publicadas na imprensa, dizem que Ideli sabia da trama antes dela ser descoberta pela polícia.

“Eu não tive qualquer participação nesse processo, nada, nenhuma. Também não tenho nenhuma dificuldade de prestar qualquer esclarecimento. Estou com muita tranquilidade”, declarou diante da possibilidade de ser convocada pelo Congresso Nacional para falar sobre o assunto.

Hoje, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, esteve no Senado para falar sobre as denúncias. Ele era o principal adversário de Serra na época do escândalo e negou envolvimento com a compra do dossiê.

 

Edição: Aécio Amado