Equador é país latino-americano com maior número de refugiados

20/06/2011 - 18h53

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O Equador é o país com maior número de refugiados na América Latina, tendo oferecido asilo a cerca de 54 mil pessoas. Foi o que revelou relatório divulgado hoje (20) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

Segundo o representante do Acnur no Brasil, Andrés Ramirez, a maioria dos refugiados no Equador é de colombianos que fugiram da extensa guerra civil que ocorre no país. Como este é o principal conflito na América Latina, há muitos casos de refugiados da Colômbia na Venezuela, na Costa Rica e no Panamá.

Apesar da extensa fronteira com Brasil, por causa de condições geográficas, como a Floresta Amazônica, o país não é um destino acessível. "O Brasil tem número de refugiados pequeno porque a grande maioria chega de guerras e conflitos que estão longe", explicou Ramirez.

Em terras brasileiras, estão 4,4 mil refugiados de 77 nacionalidades. A maioria vive em áreas urbanas, nos estados do Rio e de São Paulo. Os angolanos que fugiram de antigos conflitos civis são maioria e somam 38%, seguidos por colombianos (14,2%), congoleses (10,3%) e liberianos (5,8%).

Vivendo na cidade do Rio de Janeiro desde 1999, o angolano Bilongo Lando, de 28 anos, conta que escolheu o Brasil porque também fala português e porque conhecia um pouco da cultura brasileira por meio de novelas. "Hoje, sou barbeiro, tenho minha vida aqui e não penso em voltar", afirmou.

De acordo com o Acnur, com o fim da guerra civil em Angola, em 2002, o número de africanos que pede refúgio ao Brasil caiu bastante. "Angola é um dos países da África mais bem-sucedidos. Muitos angolanos poderiam até voltar para seu país, mas como chegaram há muito tempo, estão integrados [ao país] e casados, têm uma vida aqui que não vão abandonar", disse Ramirez.

Os refugiados que vivem no Brasil têm direto à proteção do governo e acesso aos mesmos direitos civis que os estrangeiros que vivem no país. Podem tirar documentos, trabalhar e estudar. Como obrigações, devem respeitar as leis e os costumes brasileiros.

Edição: Lana Cristina