Na Síria, tropas aliadas ao governo avançam para as cidades do Norte do país

17/06/2011 - 9h46

Da BBC Brasil


Brasília - Tropas sírias avançaram hoje (17) com tanques e comboios para duas cidades no Norte do país onde há manifestações contra o governo do presidente da Síria, Bashar Al Assad. As forças de segurança entraram em Khan Sheikhun e Maarat Al Numan, nas áreas entre Damasco e Aleppo. Ontem (16) o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, defendeu o fim dos conflitos na região e pediu que o presidente “pare de matar pessoas”.

A ONU calcula que cerca de 1,1 mil pessoas morreram em atos de repressão nos últimos três meses no país. Imagens da TV estatal mostraram fotos dos avanços das tropas sírias, cuja missão anunciada é combater “organizações terroristas armadas”.

Autoridades afirmam que o plano é levar a cabo uma “operação militar limitada” em Maarat Al Numan, para “restaurar a segurança” no local. O ativista de direitos humanos Mustafa Osso disse que ao menos 300 pessoas estavam sendo detidas diariamente na região.

Há relatos também de tropas que abriram fogo nos arredores da cidade. Mas não houve confirmações de mortes. Grupos de direitos humanos dizem que milhares de residentes fugiram das duas cidades ao saber da chegada das forças de segurança, possivelmente aumentando o êxodo de sírios rumo à Turquia, onde têm buscado abrigo contra os conflitos.

O ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, disse que levará assistência humanitária aos refugiados. Investigadores da ONU que foram proibidos de entrar na Síria acreditam que até 10 mil pessoas tenham sido detidas no país por atos de oposição ao governo.

O governo da Síria informou que 120 agentes de segurança foram assassinados durante os protestos populares. Paralelamente, em Jisr Al Shughour houve confrontos nos últimos dias. Mais de 8 mil sírios fugiram da cidade rumo à Turquia.

As autoridades locais afirmam que a cidade de cerca de 100 mil habitantes lentamente retoma a rotina, mas ainda há perseguições de forças aliadas de Assad contra manifestantes. Há 11 anos no poder, Assad enfrenta fortes protestos desde o começo deste ano.