Senadores da oposição criticam libertação de Battisti

09/06/2011 - 21h20

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A oposição no Senado criticou a libertação do ex-ativista italiano Cesare Battisti pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o senador e ex-procurador da República Pedro Taques (PDT-MT) “a decisão é lamentável do ponto de vista de um Estado que se diz democrático de direito, porque nós não vivemos isolados, não somos a Albânia, não somos a Coreia do Norte”.

“Qual a razão de segurarmos este delinquente? É uma afinidade ideológica do governo brasileiro com o delinquente preso? Nem na época da ditadura militar uma decisão do Supremo de extradição foi descumprida”, perguntou o líder do DEM, senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

A senadora Ana Amélia (PP-RS), que integra a base aliada do governo, disse que a libertação de Battisti pode ser prejudicial não apenas para a imagem exterior do Brasil, mas para a que os próprios brasileiros têm do país. “Para nós brasileiros fica muito triste saber que aqui acaba sendo um refúgio de criminosos ou de bandidos”.

Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), defendeu a decisão do STF e do ex-presidente Lula. Segundo ele, não cabe aos senadores questionar as ações dos outros Poderes. “Este é um problema que a Justiça resolveu e não cabe a nós julgar”.

Battisti foi libertado ontem depois de permanecer quatro anos na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele foi condenado na Itália por assassinato. Em 2007 ele foi preso no Brasil e no ano passado, o STF autorizou a sua extradição, mas definiu que o então presidente Lula tinha a prerrogativa da decisão sobre o seu destino. No último dia de seu mandato, o ex-presidente decidiu mantê-lo no país. Ontem, a Corte referendou a decisão de Lula.

 

 

Edição: Rivadavia Severo