Filho de vítima critica libertação de Battisti e pede boicote da Itália à Copa no Brasil

09/06/2011 - 12h55

Da BBC Brasil

Brasília - O italiano Bruno Berardi, filho do marechal Rosário Berardi, assassinado em 1978 pelo grupo armado de extrema-esquerda Brigadas Vermelhas, criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de não extraditar e libertar o ex-ativista Cesare Battisti. Berardi pediu que, em represália, a Itália não participe da Copa do Mundo de 2014, que será no Brasil.

"O governo italiano deve retirar a participação da seleção italiana da Copa do Mundo de 2014 e de outros eventos semelhantes. A Itália também deve interromper relações comerciais com aquela nação", disse Berardi à imprensa italiana.

Em uma enquete feita pela edição online do jornal italiano Corriere della Sera de hoje (9), um total de 80% dos internautas disse concordar com a proposta de Berardi de boicotar a Copa de 2014.

O secretário-geral do Sindicato dos Policiais Italianos, Franco Maccari, também pediu a interrupção da relação comercial entre os dois países.

"Deve ser interrompida imediatamente qualquer relação de natureza econômica com um país que não respeita as vítimas inocentes de um outro Estado, tornando-se, assim, cúmplice de um assassinato."

Ontem (8) o STF rejeitou o pedido de extradição, feito pelo governo da Itália, para que Battisti voltasse ao país onde nasceu. Por 6 votos a 3, os ministros determinaram ainda a libertação imediata do ex-ativista político. Na Itália, Battisti foi condenado por participação em quatro assassinatos, nos anos 70.